São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 2008

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Planalto planeja ampliar verba em ao menos R$ 35 bi

LEANDRA PERES
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O reforço de caixa ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) poderá aumentar em mais R$ 6 bilhões, de acordo com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Os recursos equivalem ao saldo de dividendos retidos e não repassados à União que poderão permanecer no caixa do banco.
As negociações ainda não estão concluídas, mas fazem parte de um esforço do governo para ampliar em pelo menos R$ 35 bilhões o orçamento do BNDES em 2009. Essa é a diferença entre os R$ 58 bilhões do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), que o banco tem garantidos para empréstimos, e o que o governo estima ser uma demanda mínima em 2009 - R$ 94 bilhões.
De acordo com Bernardo, uma das alternativas do governo é repassar ao BNDES empréstimos feitos pela União junto ao FMI (Fundo Monetário Internacional), Bird (Banco Mundial) e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
"O problema é de pelo menos uns R$ 35 bilhões e nós vamos ter que arrumar [os recursos]. Agora, alternativas há. O Banco Mundial está disposto a ajudar, o próprio FMI. Nós temos que discutir essa alternativa, por que não?", afirmou o ministro.
Bernardo explica que essas operações não serão feitas com taxas de juros subsidiadas. Os recursos serão destinados preferencialmente a financiar o capital de giro das empresas.
Pelas contas do governo, o FMI teria US$ 10 bilhões para emprestar ao Brasil, e o BID já anunciou uma linha de US$ 14 bilhões para toda a América Latina.
No ano passado, o BNDES repassou apenas R$ 924 milhões em dividendos ao Tesouro Nacional. A decisão de deixar mais dinheiro com o banco reduziu para R$ 6,7 bilhões o total arrecadado das estatais, 28% a menos do que foi pago em 2006.
Para deixar os R$ 6 bilhões no BNDES, porém, o governo terá que decidir como recompor o caixa da União.


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