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Ruralistas pedem mais R$ 3,5 bi para enfrentar a crise no campo
Confederação quer ainda solução para dívidas acumuladas de R$ 75 bilhões
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Considerado um dos setores
prioritários na estratégia do governo de tentar minimizar o
impacto da crise financeira
mundial no crescimento do
país no ano que vem, o agronegócio apresentou nesta semana
sua fatura à equipe econômica.
Depois da injeção de R$ 13 bilhões neste ano, os agricultores
pedem mais R$ 3,5 bilhões até o
início de 2009, além de uma solução para R$ 75 bilhões em dívidas das três últimas safras e a
criação de um fundo com dinheiro do Orçamento da União
para reduzir o risco atribuído
ao setor pelos bancos e permitir que os produtores possam
tomar novos empréstimos para
a safra 2009/2010.
Tudo isso, de acordo com a
nova presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), precisa
ser acompanhado da definição
"de uma política de abastecimento e renda".
Na prática, isso significa novas regras para os subsídios dados pelo governo para seguro
rural, diminuição da carga de
juros e garantia de um preço
mínimo para os produtos na
época da comercialização.
Para quem torce o nariz para
a nova choradeira do campo, o
recado da senadora nas reuniões que teve nesta semana
com o ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) e com os
presidentes do Banco do Brasil
e do Banco Central foi: "Poderá
haver redução drástica da área
plantada em 2009, porque o
produtor está com risco elevado em razão das dívidas passadas" e não tem como financiar a
próxima safra.
O setor rural tem a seu favor
o temor do governo de que a
crise global interrompa a onda
de crescimento econômico justamente nos dois últimos anos
do governo Lula.
"O cenário é preocupante e a
população sentirá as conseqüências desta crise quando ela
atingir a mesa", afirmou a senadora, traçando quadro ameaçador. "Chegamos ao nosso limite. Máquinas estão sendo arrestadas, recursos para comercialização da safra atual são insuficientes e não há crédito para a
safra 2009/2010", diz.
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