São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 2008

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Ruralistas pedem mais R$ 3,5 bi para enfrentar a crise no campo

Confederação quer ainda solução para dívidas acumuladas de R$ 75 bilhões

SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Considerado um dos setores prioritários na estratégia do governo de tentar minimizar o impacto da crise financeira mundial no crescimento do país no ano que vem, o agronegócio apresentou nesta semana sua fatura à equipe econômica.
Depois da injeção de R$ 13 bilhões neste ano, os agricultores pedem mais R$ 3,5 bilhões até o início de 2009, além de uma solução para R$ 75 bilhões em dívidas das três últimas safras e a criação de um fundo com dinheiro do Orçamento da União para reduzir o risco atribuído ao setor pelos bancos e permitir que os produtores possam tomar novos empréstimos para a safra 2009/2010.
Tudo isso, de acordo com a nova presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), precisa ser acompanhado da definição "de uma política de abastecimento e renda".
Na prática, isso significa novas regras para os subsídios dados pelo governo para seguro rural, diminuição da carga de juros e garantia de um preço mínimo para os produtos na época da comercialização.
Para quem torce o nariz para a nova choradeira do campo, o recado da senadora nas reuniões que teve nesta semana com o ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) e com os presidentes do Banco do Brasil e do Banco Central foi: "Poderá haver redução drástica da área plantada em 2009, porque o produtor está com risco elevado em razão das dívidas passadas" e não tem como financiar a próxima safra.
O setor rural tem a seu favor o temor do governo de que a crise global interrompa a onda de crescimento econômico justamente nos dois últimos anos do governo Lula.
"O cenário é preocupante e a população sentirá as conseqüências desta crise quando ela atingir a mesa", afirmou a senadora, traçando quadro ameaçador. "Chegamos ao nosso limite. Máquinas estão sendo arrestadas, recursos para comercialização da safra atual são insuficientes e não há crédito para a safra 2009/2010", diz.


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