|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CPI espera até 4ª dados da Aneel sobre valor cobrado a mais
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O relatório com os valores
cobrados a mais pelas 63 distribuidoras de energia elétrica do
país será entregue à CPI das
Tarifas de Energia Elétrica na
quarta-feira. Essa é a expectativa da CPI e a nova promessa da
Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica). A nova data
foi acordada ontem, na sede da
agência, em Brasília, entre o diretor-geral Nelson Hubner e o
presidente da CPI, Eduardo da
Fonte (PP-PE).
No encontro, a Aneel ratificou a posição já divulgada pela
Folha, de que apenas fará o levantamento dos valores cobrados a mais dos consumidores
em razão de uma falha na metodologia de cálculo do reajuste
tarifário. A agência reconhece o
problema, mas alega que não
pode exigir de forma unilateral
que as distribuidoras aceitem
compensar o valor arrecadado
a mais dos consumidores ao
longo de pelo menos sete anos.
Ficou acertado no encontro
que, em uma reunião no dia 3
de dezembro, a Aneel divulgará
o texto final do aditivo ao contrato de concessão que será levado à assinatura das 63 distribuidoras. A agência abriu uma
consulta pública até o dia 27 para recolher sugestões a fim de
fazer uma inédita alteração do
contrato. O objetivo é eliminar
a falha revelada pela Folha, a
partir da qual estão sendo
transferidos de forma indevida
recursos dos consumidores para as concessionárias.
Segundo acórdão do TCU
(Tribunal de Contas da União),
cerca de R$ 1 bilhão por ano é
cobrado a mais dos consumidores devido ao problema no
contrato. Apesar de algumas
distribuidoras terem admitido
negociar a mudança em audiência da CPI, há rumores de
que a direção da associação do
setor está sendo mudada para
barrar a devolução de valores e
a mudança do contrato. A reportagem tem tentado há dias
falar com a Abradee (Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica) acerca
de uma suporta mudança de
posição, mas sem sucesso.
Destino incerto
Ignorada ao longo dos últimos meses, a CPI ganhou força
com o problema do erro na conta de luz. Agora, o conserto do
contrato e a devolução dos valores aos consumidores viraram questão essencial para o
relatório final da comissão. Por
isso, um pedido de prorrogação
dos trabalhos tramita na Câmara dos Deputados. Se isso não
ocorrer, a CPI pode ter de ser
encerrada sem solução para os
consumidores.
Uma alternativa que começa
a circular na CPI é a de propor
no relatório final um mecanismo de pressão sobre as distribuidoras que não aceitarem devolver o dinheiro cobrado a
mais dos consumidores. A ideia
é vincular a renovação dos contratos de concessão à aceitação
do ressarcimento. A comissão
avalia a forma legal para fazer
essa proposta. O plano é incluir
a sugestão no relatório final.
Texto Anterior: Erro na tarifa de luz foi aprovado pelo TCU Próximo Texto: Saiba mais: Falha no reajuste surgiu em 1996 Índice
|