São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 2002

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ÁGUIA EM TRANSE

Para presidente do Fed, inflação seria melhor que deflação; ele não espera impulso grande em 2003

Para Greenspan, EUA vão emperrar

DA REDAÇÃO

As tensões globais estão emperrando a economia norte-americana, de acordo com Alan Greenspan, 76, o presidente do Federal Reserve (o banco central dos EUA). Como consequência, não se espera do país um vigoroso crescimento no ano que vem.
Em um discurso preparado para um encontro no Clube Econômico de Nova York, na quinta-feira à noite, o presidente do Fed disse que a deflação representaria uma ameaça maior para a economia do que a inflação. Por outro lado, Greenspan disse que não tem como consideráveis as chances de os EUA enfrentarem uma queda prolongada e generalizada nos preços como consequência da estagnação econômica.
De acordo com a principal autoridade monetária dos EUA, os últimos indicadores sinalizam que a economia está deixando o "momento de fraqueza" pelo qual passou nos últimos meses. Greenspan deu como exemplo a resistência do consumo das famílias norte-americanas e a melhora nos balanços das empresas.
"Os EUA estão longe de cair em uma deflação perniciosa", afirmou. Greenspan disse que o Fed teria instrumentos para evitar tal fenômeno. "Há opções para uma resposta com uma política monetária agressiva."
Sem mencionar o Iraque, o presidente do Fed disse que os riscos geopolíticos cresceram de maneira significativa recentemente. Mas, assim que tais incertezas se dissipem, a economia estaria pronta para recuperar um ritmo de crescimento mais acelerado.
Ainda de acordo com Greenspan, as baixas taxas de juros e os avanços em produtividade têm dado o suporte necessário para a manutenção da atividade econômica, contrabalançando os efeitos negativos dos escândalos contábeis, da queda nos preços das ações e dos riscos geopolíticos.
O tom ligeiramente otimista de Greenspan ajudou as Bolsas a recuperarem parte das perdas sofridas na semana. O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York subiu 1,76%, e a Nasdaq, 0,71%.

PIB em linha
Números revisados, divulgados ontem pelo Departamento de Comércio dos EUA, mostraram que o PIB (Produto Interno Bruto) do país cresceu a um ritmo anualizado de 4% no terceiro trimestre. A taxa é idêntica à da estimativa divulgada no mês passado.


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