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Renda volta a crescer, mas não recupera as perdas
Apesar de avançar em novembro, rendimento fechará ano com alta menor que a de 2006
Para especialista, inflação maior acabou corroendo os ganhos do trabalhador, que ainda não se recuperaram da queda ocorrida em 2002
DA SUCURSAL DO RIO
Depois de desacelerar nos últimos meses em razão do repique inflacionário, o rendimento do trabalhador no Brasil voltou a subir com força no mês de
novembro: registrou expansão
de 1,3% na comparação com
outubro, quando o crescimento
havia sido de 0,5%.
Já em relação a novembro do
ano passado, a renda média dos
trabalhadores subiu 2,4%. Em
outubro, o crescimento, na
mesma base de comparação,
havia sido menor: 1,2%.
Na média de 2007 (janeiro a
novembro), o rendimento médio teve expansão de 3,3%, menos do que o incremento registrado no mesmo período do
ano passado -4%.
A perda de fôlego é resultado
da inflação mais alta neste ano,
que acabou por corroer o rendimento dos trabalhadores, segundo o economista Fábio Romão, da LCA.
Outro dado negativo é fato de
a renda não ter se recuperado
ainda do tombo sofrido com a
crise pré-eleitoral de 2002,
quando o país quase quebrou.
Em novembro de 2002, o rendimento médio estava em R$
1.167,96. No mesmo mês deste
ano, ficou em R$ 1.143,97.
Para Cimar Azeredo Pereira,
do IBGE, a renda reagiu em novembro, quando comparada
aos meses anteriores. Não teve,
porém, fôlego para superar o
nível de 2002, o que mostra
quão intensa foi a crise vivida
no país especialmente no final
daquele ano e em 2003.
Ainda sob impacto da crise
enfrentada no primeiro ano do
governo Lula, o rendimento registrou queda de 1,3% em 2004.
Reagiu em 2005 -alta de
1,2%-, mas só cresceu com força em 2006.
Pressões
Segundo Romão, o reajuste
real do salário mínimo de 13%
no ano passado e a "pressão inflacionária menor" favoreceram o comportamento do rendimento em 2006.
O mesmo não ocorreu neste
ano, quando o salário mínimo
subiu menos (5%) e a inflação
ficou mais alta, especialmente
no caso dos alimentos.
Pelos cálculos da LCA, a massa salarial crescerá, em todo o
país, 5,8% neste ano. Mas com
outro perfil: em 2006, foi impulsionada pela expansão do
rendimento; neste ano, o principal estímulo virá do aumento
do emprego.
Segundo o Iedi (Instituto de
Estudos para o Desenvolvimento Industrial), há no fim de
2007 "uma melhora inequívoca
do quadro do emprego e interrupção, ao menos parcial, da
queda do rendimento real"
"São as principais tendências
deste final de ano", diz.
Regionalmente, os melhores
resultados do rendimento em
novembro vieram de Salvador
(4,4%), Belo Horizonte (3,2%)
e Rio de Janeiro (2%) na comparação com outubro. Em Porto Alegre, a alta foi de 1,7%. Em
São Paulo, ficou em 1,4%. Recife teve o desempenho mais fraco -0,6%.
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