São Paulo, sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

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Renda volta a crescer, mas não recupera as perdas

Apesar de avançar em novembro, rendimento fechará ano com alta menor que a de 2006

Para especialista, inflação maior acabou corroendo os ganhos do trabalhador, que ainda não se recuperaram da queda ocorrida em 2002

DA SUCURSAL DO RIO

Depois de desacelerar nos últimos meses em razão do repique inflacionário, o rendimento do trabalhador no Brasil voltou a subir com força no mês de novembro: registrou expansão de 1,3% na comparação com outubro, quando o crescimento havia sido de 0,5%.
Já em relação a novembro do ano passado, a renda média dos trabalhadores subiu 2,4%. Em outubro, o crescimento, na mesma base de comparação, havia sido menor: 1,2%.
Na média de 2007 (janeiro a novembro), o rendimento médio teve expansão de 3,3%, menos do que o incremento registrado no mesmo período do ano passado -4%.
A perda de fôlego é resultado da inflação mais alta neste ano, que acabou por corroer o rendimento dos trabalhadores, segundo o economista Fábio Romão, da LCA.
Outro dado negativo é fato de a renda não ter se recuperado ainda do tombo sofrido com a crise pré-eleitoral de 2002, quando o país quase quebrou. Em novembro de 2002, o rendimento médio estava em R$ 1.167,96. No mesmo mês deste ano, ficou em R$ 1.143,97.
Para Cimar Azeredo Pereira, do IBGE, a renda reagiu em novembro, quando comparada aos meses anteriores. Não teve, porém, fôlego para superar o nível de 2002, o que mostra quão intensa foi a crise vivida no país especialmente no final daquele ano e em 2003.
Ainda sob impacto da crise enfrentada no primeiro ano do governo Lula, o rendimento registrou queda de 1,3% em 2004. Reagiu em 2005 -alta de 1,2%-, mas só cresceu com força em 2006.

Pressões
Segundo Romão, o reajuste real do salário mínimo de 13% no ano passado e a "pressão inflacionária menor" favoreceram o comportamento do rendimento em 2006.
O mesmo não ocorreu neste ano, quando o salário mínimo subiu menos (5%) e a inflação ficou mais alta, especialmente no caso dos alimentos.
Pelos cálculos da LCA, a massa salarial crescerá, em todo o país, 5,8% neste ano. Mas com outro perfil: em 2006, foi impulsionada pela expansão do rendimento; neste ano, o principal estímulo virá do aumento do emprego.
Segundo o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), há no fim de 2007 "uma melhora inequívoca do quadro do emprego e interrupção, ao menos parcial, da queda do rendimento real" "São as principais tendências deste final de ano", diz.
Regionalmente, os melhores resultados do rendimento em novembro vieram de Salvador (4,4%), Belo Horizonte (3,2%) e Rio de Janeiro (2%) na comparação com outubro. Em Porto Alegre, a alta foi de 1,7%. Em São Paulo, ficou em 1,4%. Recife teve o desempenho mais fraco -0,6%.


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