São Paulo, segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Fundo Amazônia vai fazer campanhas no exterior

O Fundo Amazônia, que entra em sua fase operacional, recebeu mais uma doação, desta vez da Alemanha. O fundo fará um "road show" (uma apresentação para vender o projeto) em meados do ano que vem, com uma grande campanha na mídia, inclusive TV, na Europa e nos Estados Unidos, para levantar recursos.
O valor doado pelos alemães, 18 milhões, é baixo, reconhece Sérgio Weguelin, diretor do BNDES, o banco que gere o fundo. Pelos contatos feitos, Weguelin afirma, porém, acreditar que mais recursos ainda poderão vir da Alemanha.
A parceria com a Noruega, que já havia aportado recursos, foi elogiada pelo presidente Barack Obama como a maneira mais eficiente em termos de custos para lidar com as mudanças climáticas.
Os noruegueses se comprometeram a doar US$ 1 bilhão até 2015 para o Fundo Amazônia, que financia ações de monitoramento e combate ao desmatamento. A contrapartida é a comprovação por parte do governo brasileiro de que o desflorestamento está em queda.
O Fundo tem cinco projetos em sua lista de financiamento, que totalizam investimentos de cerca de R$ 70 milhões. Outros 60 projetos já estão na fila, em fase de análise pelo banco, segundo Weguelin.
"Queríamos que o fundo já estivesse operando para vir para fora e mostrar os resultados", disse em Copenhague. "O Fundo Amazônia será um exemplo, ainda mais depois da citação de Obama."
"Vários países europeus vão querer se associar", afirmou. "Nós vamos levar para a Europa e para os Estados Unidos a expertise brasileira no monitoramento, pelo Inpe, na análise de projetos, na descoberta do valor da floresta, como nos fitoterápicos e no uso do açaí e da castanha."
"É uma nova economia que surge. A COP aqui em Copenhague deu uma visibilidade muito grande. Acho que vamos colher os frutos."

"Vamos levar a expertise brasileira no monitoramento das florestas e na análise de projetos"
SÉRGIO WEGUELIN, diretor do BNDES

EDUCAÇÃO EM ALTA
Ao completar dez anos dos cursos de graduação, o Insper Instituto de Ensino e Pesquisa (ex-Ibmec) começa a se expandir, com a construção de mais duas salas do modelo Harvard, para cem alunos. A ampliação permitirá o aumento em 50% da oferta de vagas no vestibular de 2010 para os cursos de administração e economia. Uma segunda torre do campus na Vila Olímpia também será erguida. O investimento total é de R$ 45 milhões. "Tem potência a demanda por qualidade na educação. A procura de quem só quer o diploma é limitada. A maioria busca adquirir competências para o mercado de trabalho", diz Claudio Haddad, diretor-presidente do Insper, ex-diretor do Banco Central e ex-Banco Garantia. Haddad via que bancos contratavam mais egressos da Poli e do ITA. "Não queria que nossos alunos perdessem para eles. Por isso, fazemos questão de uma base quantitativa boa e do período integral."

CAMPO HI-TECH
O uso de internet no campo subiu 63% nos últimos quatro anos, atingindo 39% dos agricultores, segundo estudo da Kleffmann Brasil, especializada em pesquisas para o agronegócio. O destaque são os produtores de grãos, que ampliaram o acesso à rede em 77% no período. O uso particular, a consulta às condições climáticas, a busca de informação técnica e a cotação de preços são os principais motivos para o acesso.

MARÉ 1
Das 22 cidades brasileiras visitadas por cruzeiros marítimos na temporada de outubro a maio, 11 estão no Sudeste, segundo a Abremar (Associação Brasileira dos Representantes de Empresas Marítimas). Entre as que terão aumento de cruzeiristas sobre a temporada anterior, estão: Ilhabela (35%), Santos (24%), Ubatuba (100%), Angra dos Reis (87%), Rio (67%) e Vitória (231%).

MARÉ 2
Com os gastos dos cruzeiristas, o faturamento dos setores de alimentação e serviços das cidades sobe até 40%. "O Sudeste é o maior polo emissor, e São Paulo responde por cerca de 50% do mercado nacional", diz o presidente da entidade, Ricardo Amaral.

BARRA LIMPA
A regularização de dívidas cresce, em média, 30% no final do ano no Banco do Brasil. O 13º salário, as gratificações, as férias e a restituição do IR ajudam no esforço por limpar o nome. Sem contar a vontade de voltar a comprar a prazo.

EXPANSÃO DE MARCAS
Nem a crise financeira foi capaz de segurar a expansão das franquias no país. A expectativa da ABF (associação do setor) é faturar R$ 63 bilhões neste ano -15% mais que em 2008. Para alocar esse crescimento, um acordo da ABF com a Apas (Associação Paulista de Supermercados) irá fortalecer a entrada de franquias nos supermercados, principalmente no interior. "Há cidades em que o supermercado é o principal centro comercial", diz Ricardo Bomeny, presidente da ABF. O sucesso do setor, diz ele, é que "a franquia é um negócio seguro, com investimento de baixo risco". O Brasil é o 5º maior país em número de marcas que aderiram ao sistema de franquias.

com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK


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