São Paulo, segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

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FolhaInvest

Renda fixa de maior risco se destaca e atrai investidor

Fundos com maior quantidade de papéis privados obtêm rentabilidade mais levada

Na comparação de um período de 30 dias, investimento de maior risco rendeu 0,81%, enquanto os fundos DI pagaram 0,72%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A queda da taxa básica Selic para 8,75%, seu menor patamar desde a criação do Copom, em 1996, tem provocado alterações nos fundos que acompanham as oscilações dos juros. Uma das mudanças é a maior procura pelas aplicações de renda fixa de maior risco -mas que prometem retornos mais expressivos. Outra é o aumento da participação dos títulos privados nas carteiras dos fundos.
Entre os fundos de renda fixa, há o tipo chamado de "médio e alto risco", que pode carregar em sua carteira uma maior quantidade de papéis privados -como CDBs e debêntures-, em detrimento dos títulos do governo. Esses títulos privados acabam, em muitos casos, tendo rendimento superior aos públicos.
Ao menos neste momento de juros básicos no piso, aceitar mais riscos tem sido uma aposta lucrativa. Na comparação de um período de 30 dias (encerrados em 14 passado), a renda fixa de maior risco deu retorno de 0,81%, a renda fixa tradicional pagou 0,75%, e os fundos DI, 0,72%. E o investidor tem demonstrado estar sensível a essas diferenças.
A captação líquida (diferença entre saques e aplicações) registrada pela renda fixa de médio e alto risco está positiva em R$ 6,37 bilhões neste ano. A renda fixa tradicional captou R$ 6,76 bilhões. E os fundos DI, que também pagam juros e acompanham mais de perto as oscilações vividas pela taxa Selic, registram captação negativa de R$ 5,23 bilhões.
Apesar de as captações dos dois tipos de renda fixa serem similares, seus patrimônios são bastante diferentes. A renda fixa tradicional conta com R$ 350,81 bilhões em patrimônio, referentes a um total de 1.120 fundos. Já a renda fixa de médio e alto risco registra patrimônio de R$ 22,93 bilhões, que representam apenas um total de 120 fundos.
Os dados são do levantamento periódico realizado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
"Com a queda da Selic, os gestores começaram a olhar mais para os títulos privados, em que podiam encontrar retornos um pouco melhores que os oferecidos pelos papéis do governo. É uma tentativa de obter rentabilidades mais interessantes, mesmo que, para isso, seja necessário aceitar correr mais riscos", afirmou o administrador de investimentos Fábio Colombo.
À renda fixa de médio e alto risco é permitido ter uma quantidade maior de títulos privados em carteira -que são mais arriscados. Os títulos do governo são considerados os de menor risco do mercado. Em tese, é muito mais fácil uma empresa quebrar e dar calote em quem comprar os títulos de sua dívida do que o governo.
A participação dos títulos públicos federais no mercado de fundos sofreu recuo de 76,14% do total em 2000 para 40,34% em outubro passado.
"No médio prazo, a participação dos títulos públicos pode recuar ainda mais. Se for analisar os fundos de renda fixa que estão melhores, superando o CDI [taxa interbancária], vai ver que estão com mais títulos privados na carteira."


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