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FolhaInvest
Renda fixa de maior risco se destaca e atrai investidor
Fundos com maior quantidade de papéis privados obtêm rentabilidade mais levada
Na comparação de
um período de 30 dias,
investimento de maior risco
rendeu 0,81%, enquanto os
fundos DI pagaram 0,72%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A queda da taxa básica Selic
para 8,75%, seu menor patamar
desde a criação do Copom, em
1996, tem provocado alterações
nos fundos que acompanham
as oscilações dos juros. Uma
das mudanças é a maior procura pelas aplicações de renda fixa de maior risco -mas que
prometem retornos mais expressivos. Outra é o aumento
da participação dos títulos privados nas carteiras dos fundos.
Entre os fundos de renda fixa, há o tipo chamado de "médio e alto risco", que pode carregar em sua carteira uma
maior quantidade de papéis
privados -como CDBs e debêntures-, em detrimento dos
títulos do governo. Esses títulos privados acabam, em muitos casos, tendo rendimento
superior aos públicos.
Ao menos neste momento de
juros básicos no piso, aceitar
mais riscos tem sido uma aposta lucrativa. Na comparação de
um período de 30 dias (encerrados em 14 passado), a renda
fixa de maior risco deu retorno
de 0,81%, a renda fixa tradicional pagou 0,75%, e os fundos
DI, 0,72%. E o investidor tem
demonstrado estar sensível a
essas diferenças.
A captação líquida (diferença
entre saques e aplicações) registrada pela renda fixa de médio e alto risco está positiva em
R$ 6,37 bilhões neste ano. A
renda fixa tradicional captou
R$ 6,76 bilhões. E os fundos DI,
que também pagam juros e
acompanham mais de perto as
oscilações vividas pela taxa Selic, registram captação negativa
de R$ 5,23 bilhões.
Apesar de as captações dos
dois tipos de renda fixa serem
similares, seus patrimônios são
bastante diferentes. A renda fixa tradicional conta com R$
350,81 bilhões em patrimônio,
referentes a um total de 1.120
fundos. Já a renda fixa de médio e alto risco registra patrimônio de R$ 22,93 bilhões, que
representam apenas um total
de 120 fundos.
Os dados são do levantamento periódico realizado pela Anbima (Associação Brasileira das
Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
"Com a queda da Selic, os
gestores começaram a olhar
mais para os títulos privados,
em que podiam encontrar retornos um pouco melhores que
os oferecidos pelos papéis do
governo. É uma tentativa de
obter rentabilidades mais interessantes, mesmo que, para isso, seja necessário aceitar correr mais riscos", afirmou o administrador de investimentos
Fábio Colombo.
À renda fixa de médio e alto
risco é permitido ter uma
quantidade maior de títulos
privados em carteira -que são
mais arriscados. Os títulos do
governo são considerados os de
menor risco do mercado. Em
tese, é muito mais fácil uma
empresa quebrar e dar calote
em quem comprar os títulos de
sua dívida do que o governo.
A participação dos títulos públicos federais no mercado de
fundos sofreu recuo de 76,14%
do total em 2000 para 40,34%
em outubro passado.
"No médio prazo, a participação dos títulos públicos pode
recuar ainda mais. Se for analisar os fundos de renda fixa que
estão melhores, superando o
CDI [taxa interbancária], vai
ver que estão com mais títulos
privados na carteira."
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