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Alunos terão aula de educação financeira
Programa atingirá estudantes da rede pública a partir de 2010; meta é ensinar também beneficiários do Bolsa Família
Na primeira fase, conteúdo
relacionado a orçamento
público, finanças pessoais
e poupança será levado
a 1.650 escolas do país
DA SUCURSAL DO RIO
Estudantes de 1.650 escolas
públicas de ensino médio em
todo o país passarão a ter, a partir do próximo ano, aulas sobre
educação financeira. Em uma
outra etapa, no futuro, o alvo de
lições sobre como lidar com o
dinheiro serão os 11 milhões de
beneficiários do Bolsa Família.
Entre os conteúdos a serem
ensinados nas escolas, estão orçamento público, finanças pessoais e poupança. O programa
foi desenvolvido sob orientação do MEC -que promete formar os professores- e não vai
estar inserido em uma só disciplina, mas em várias.
Essas escolas integram um
projeto-piloto para que, no futuro, a iniciativa seja realidade
em todas as escolas do país. Escolas públicas e privadas que
quiserem abordar o tema já poderão, no próximo ano, ter
acesso aos conteúdos, informou o superintendente de proteção aos investidores da CVM
(Comissão de Valores Mobiliários), José Alexandre Vasco.
É a primeira ação do grupo de
trabalho formado em 2007 por
governo e instituições financeiras para criar uma política de
educação financeira. Entre os
envolvidos, estão o Banco Central, a CVM, a Susep (Superintendência de Seguros Privados)
e o Ministério da Educação.
Também faz parte o Comitê de
Regulamentação e Fiscalização
do Mercado de Capitais.
Falta de conhecimento
Segundo dados da CVM,
apresentados em congresso sobre educação financeira, 82%
dos consumidores brasileiros
não conhecem os juros que pagam quando tomam empréstimos e 87% não poupam.
É essa realidade que o grupo
de trabalho formado há dois
anos quer começar a mudar
com programas de educação financeira como o das escolas.
Atendendo a outra sugestão
do grupo de trabalho, o governo
assinará, no próximo ano, um
decreto para criar o Conselho
Nacional de Educação Financeira e um grupo de apoio pedagógico. Segundo o superintendente de proteção aos investidores da CVM, eles serão a base
para que a educação financeira
se torne uma política permanente do governo e das instituições financeiras.
Ainda não se sabe quantas
crianças serão atingidas, nem
de quais Estados, já que os convênios com as escolas ainda estão sendo fechados. Mas, ao fim
do ano, os conteúdos ensinados
serão avaliados pelo MEC.
O foco do programa para beneficiários do Bolsa Família dependerá de uma pesquisa nacional que será feita com essas
pessoas no próximo ano.
A criação do programa brasileiro de educação financeira está sendo apoiada pela OCDE
(Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico), entidade que reúne
30 países ricos e mantém cooperação com cem outros países.
Aart de Geus, vice-secretário
da OCDE, afirma que o maior
desafio para o Brasil levar educação financeira à população é
o rápido crescimento da classe
média que foi verificado nos últimos anos no país.
"É um contingente enorme
de pessoas, mas o apoio do governo para implantar uma estratégia de educação financeira
coloca o país em situação melhor do que muitos outros."
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