|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lula transforma PAC em evento político
Presidente se reúne na manhã de hoje com 22 governadores e presidentes e líderes de 11 partidos para lançar programa
A maior parte do pacote só sairá do papel se deputados e senadores aprovarem no Congresso as mudanças apresentadas pelo governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realiza hoje a sua
mais ampla reunião política
desde o primeiro ano de governo, com 22 governadores e presidentes e líderes de 11 partidos, para lançar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a grande aposta do segundo mandato.
O encontro marca também o
início na prática do chamado
"governo de coalizão". São dessas reuniões que o governo espera obter o apoio necessário
para aprovar as medidas do
PAC no Congresso. A maior
parte do pacote só sairá do papel depois que deputados e senadores aprovarem as mudanças apresentadas pelo governo.
O presidente terá duas reuniões separadas, uma com os
representantes partidários e
outra com os governadores, antes do lançamento do PAC. Vai
apresentar aos dois grupos as
linhas gerais do pacote. Com os
governadores -22 dos 27 confirmaram presença, inclusive
José Serra (PSDB-SP)- ainda
vai preparar uma outra reunião, no mês que vem, sobre as
reformas política e tributária.
As reuniões estão previstas
para começar às 9h, com uma
fala de Lula às 10h. Depois, os
ministros Guido Mantega (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa
Civil) falam sobre o programa e
haverá entrevistas setoriais nos
ministérios envolvidos.
O governo planeja transformar a cerimônia de lançamento do PAC numa grande demonstração de força, com Lula,
todos os seus ministros, os 22
governadores e os presidentes
e líderes dos partidos que compõem o "governo de coalizão".
Com o apoio dos governadores, que têm influência direta
sobre as bancadas de seus Estados, e o dos 11 partidos -que representam cerca de 350 dos 513
deputados-, o presidente espera reunir o "capital político"
para aprovar inclusive algumas
medidas mais impopulares.
Ontem à noite, Lula reuniu
os principais assessores no Palácio da Alvorada para afinar o
discurso sobre o PAC. Antes de
entrar para o encontro, Dilma
apenas repetiu a essência do
plano: "O esforço é justamente
esse: acelerar o crescimento
não só do PIB, mas dos projetos
de infra-estrutura".
Já Mantega disse que o PAC
trabalha com uma estimativa
de investimentos públicos e
privados de R$ 300 bilhões.
"Pode ser mais que isso." A conta é especulativa e otimista, por
considerar por exemplo tudo o
que o governo gostaria de atrair
de investimento privado.
Também comparecem à reunião Tarso Genro (Relações
Institucionais), Márcio Fortes
(Cidades), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), Silas
Rondeau (Minas e Energia) Pedro Brito (Integração Nacional) e Paulo Sérgio Passos
(Transportes), e o deputado federal eleito Ciro Gomes (PSB-CE). Foi o primeiro encontro
entre Lula e Ciro neste ano.
Hoje, depois do anúncio do
PAC, governadores de pelo menos 15 Estados devem ir almoçar em Águas Claras, a residência oficial do governador do
Distrito Federal, José Roberto
Arruda (PFL). Entre os confirmados estão os tucanos Serra,
Yeda Crusius (RS) e Teotonio
Vilela Filho (AL).
A idéia do encontro é produzir algum discurso que possa se
contrapor ao tom de otimismo
que deve prevalecer na parte da
manhã. Mas como os governadores dependem de boa vontade do governo federal -para tocarem projetos conjuntos-,
Arruda não pretende estimular
nada que possa parecer beligerante em relação ao Planalto.
Texto Anterior: Quarta-feira concentra atenções de investidores Próximo Texto: Medidas de Mantega e Roussef consolidam o fim da era Palocci Índice
|