São Paulo, terça-feira, 22 de janeiro de 2008

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Empresa de Tanure adquire a Intelig

Valor não é revelado; Anatel e Cade ainda precisam aprovar

DA SUCURSAL DO RIO

A companhia Docas Investimentos, do empresário Nelson Tanure, anunciou ontem a compra da operadora de telefonia fixa Intelig, sem informar o valor que pagou pela operação.
O contrato foi assinado no dia 14, mas o grupo Docas só deverá assumir a gestão da Intelig após a aprovação do negócio pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Segundo o comunicado enviado à Bovespa, a aquisição envolve uma intrincada troca de ações, que envolve os atuais acionistas da empresa, a National Grid, empresa inglesa que atua nos ramos de energia, gás e telecomunicações, a Sprint Nextel, empresa americana de telecomunicações, e a France Telecom. Ao final do processo, a companhia Docas assume 100% do capital da Intelig.
O grupo Docas informou, por meio da assessoria, que a aquisição permitirá a convergência de mídias, mas não divulgou detalhes. O empresário Nelson Tanure é dono da Companhia Brasileira de Multimídia, que edita os diários "Jornal do Brasil" e "Gazeta Mercantil".
As negociações para a compra da Intelig começaram em 2003. "Os sócios queriam sair do negócio, mas nunca achavam um comprador que pagasse o preço que queriam. A operadora ficou sobrevivendo sem grandes investimentos", afirmou Eduardo Tude, presidente da Teleco, consultoria especializada em telecomunicações.
Criada em 2000 com a proposta de atuar como empresa-espelho da Embratel, a Intelig conquistou inicialmente mercado nas chamadas de longa distância. Segundo Tude, em 2003 a empresa tinha 21% de participação no mercado de chamadas internacionais de longa distância e em 2006 esse percentual caiu para 5,3%. Na longa distância nacional, de janeiro a outubro do ano passado, tinha 1,89% de participação, de acordo com a consultoria.
"Quando as operadoras de telefonia local passaram a fazer chamadas de longa distância com seus próprios prefixos, a concorrência ficou mais acirrada e a Intelig não teve fôlego para manter sua participação", afirmou Tude.
Para Rinaldo Teixeira de Carvalho, especialista em telefonia fixa do Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações), parte das dificuldades enfrentadas pela empresa para conquistar mercado é resultado do próprio modelo do setor de telecomunicações. "Uma empresa que vem como uma nova concessão precisa montar uma base tecnológica e se depara com uma dificuldade maior de inserção no mercado", disse.
A assessoria de Docas diz que o faturamento da Intelig é de cerca de R$ 750 milhões. Enquanto os órgãos reguladores não aprovarem, a gestão não sofrerá alterações.
A operadora conta com 600 funcionários e 500 mil quilômetros de cabos de fibra ótica instalados no país. (JANAINA LAGE)


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