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Empresa de Tanure adquire a Intelig
Valor não é revelado; Anatel
e Cade ainda precisam aprovar
DA SUCURSAL DO RIO
A companhia Docas Investimentos, do empresário Nelson
Tanure, anunciou ontem a
compra da operadora de telefonia fixa Intelig, sem informar o
valor que pagou pela operação.
O contrato foi assinado no
dia 14, mas o grupo Docas só deverá assumir a gestão da Intelig
após a aprovação do negócio
pela Anatel (Agência Nacional
de Telecomunicações) e pelo
Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Segundo o comunicado enviado à Bovespa, a aquisição envolve uma intrincada troca de
ações, que envolve os atuais
acionistas da empresa, a National Grid, empresa inglesa que
atua nos ramos de energia, gás e
telecomunicações, a Sprint
Nextel, empresa americana de
telecomunicações, e a France
Telecom. Ao final do processo,
a companhia Docas assume
100% do capital da Intelig.
O grupo Docas informou, por
meio da assessoria, que a aquisição permitirá a convergência
de mídias, mas não divulgou
detalhes. O empresário Nelson
Tanure é dono da Companhia
Brasileira de Multimídia, que
edita os diários "Jornal do Brasil" e "Gazeta Mercantil".
As negociações para a compra da Intelig começaram em
2003. "Os sócios queriam sair
do negócio, mas nunca achavam um comprador que pagasse o preço que queriam. A operadora ficou sobrevivendo sem
grandes investimentos", afirmou Eduardo Tude, presidente
da Teleco, consultoria especializada em telecomunicações.
Criada em 2000 com a proposta de atuar como empresa-espelho da Embratel, a Intelig
conquistou inicialmente mercado nas chamadas de longa
distância. Segundo Tude, em
2003 a empresa tinha 21% de
participação no mercado de
chamadas internacionais de
longa distância e em 2006 esse
percentual caiu para 5,3%. Na
longa distância nacional, de janeiro a outubro do ano passado, tinha 1,89% de participação,
de acordo com a consultoria.
"Quando as operadoras de
telefonia local passaram a fazer
chamadas de longa distância
com seus próprios prefixos, a
concorrência ficou mais acirrada e a Intelig não teve fôlego para manter sua participação",
afirmou Tude.
Para Rinaldo Teixeira de
Carvalho, especialista em telefonia fixa do Inatel (Instituto
Nacional de Telecomunicações), parte das dificuldades
enfrentadas pela empresa para
conquistar mercado é resultado do próprio modelo do setor
de telecomunicações. "Uma
empresa que vem como uma
nova concessão precisa montar
uma base tecnológica e se depara com uma dificuldade maior
de inserção no mercado", disse.
A assessoria de Docas diz que
o faturamento da Intelig é de
cerca de R$ 750 milhões. Enquanto os órgãos reguladores
não aprovarem, a gestão não
sofrerá alterações.
A operadora conta com 600
funcionários e 500 mil quilômetros de cabos de fibra ótica
instalados no país.
(JANAINA LAGE)
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