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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Abdib defende prêmio pela manutenção de empregos
Em meio às discussões de punir empresas que demitirem
seus funcionários com a suspensão de crédito de instituições públicas, a Abdib (associação da infraestrutura) lança
uma proposta inversa: premiar
as que mantiverem o saldo de
emprego zerado ou positivo em
determinado período com benefícios fiscais.
A Abdib defende o estabelecimento de crédito previdenciário para as empresas que
mantiverem ou ampliarem as
contratações a partir de informações do Caged. De acordo
com o proposta, essas companhias teriam um crédito para
abatimento das contribuições
previdenciárias futuras equivalente a 10% de toda a contribuição previdenciária recolhida
em determinado período.
Isso significa, por exemplo,
que uma empresa que recolheu
R$ 1 milhão em contribuições
previdenciárias em um período
de seis meses terá um crédito
de R$ 100 mil para descontar
das próximas contribuições.
O presidente da Abdib, Paulo
Godoy, vai apresentar essa sugestão no Conselhão, no Comitê de Monitoramento da Crise e
em diversas instâncias do governo, como nos ministérios da
Fazenda e do Trabalho.
Godoy sugere que o prazo de
análise do saldo de emprego seja entre três e seis meses. Ele
admite mudanças na proposta,
mas defende que a "lógica" seja
mantida.
"Queremos inverter a lógica
dessas políticas de estímulo ao
emprego. Em vez de punir as
empresas que demitirem, queremos premiar as que conseguirem manter os empregos",
afirma. "Punir é motivar novas
demissões", completa o presidente da Abdib.
Para Godoy, a adoção da iniciativa não fará com que as empresas deixem de cortar vagas,
mas fará com que elas atrasem
ao máximo essa ação. "A decisão da empresa de demitir está
vinculada à atividade econômica. As empresas não vão deixar
de demitir por isso [crédito
previdenciário], mas, se elas
puderem segurar um pouco os
empregos, certamente o farão
para receber o benefício fiscal."
Material de construção pede IPI zero
O índice de vendas da
Abramat (associação da
indústria de materiais de
construção), que será divulgado hoje, mostra que o
setor fechou 2008 com alta de 33,2%. O resultado
foi positivo apesar de uma
queda de 10% nas vendas
do mercado interno em
dezembro ante novembro.
Melvyn Fox, presidente da
entidade, se encontrou
ontem com o secretário de
política econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, e pediu a redução da alíquota do IPI a
zero para todos os materiais de construção. "Se
houver redução no IPI para toda a cadeia de materiais de construção, a meta
do governo para o PIB poderia ser de até 4,5% em
2009", diz Fox. Os estudos
da Abramat serão encaminhados para a reunião que
Guido Mantega realiza hoje, para discutir o pacote
de medidas para a cadeia
da construção civil.
MAIS EMBAIXO
O advogado Pierre Moreau, do Moreau Advogados, especializado em direito societário, afirma
que o caso Madoff ainda
pode esconder mais lesados do que aqueles que
apareceram até agora.
Moreau, que atende em
seu escritório cerca de
30 casos relacionados ao
escândalo por meio de
diversos fundos, diz que
as perdas de brasileiros
estimadas em R$ 2 bilhões nessa fraude ainda
podem ser superiores.
Quando as perícias que
estão em andamento definirem o momento em
que a fraude praticada
por Madoff teve início,
muitos investidores que
fizeram resgates recentemente -pouco antes
do estouro do escândalo- podem ser chamados a partilhar as perdas.
"Muita gente pensa que
se livrou porque saiu
seis meses antes. Acontece que esses resgates
recentes foram feitos
sob uma contabilidade
fraudulenta, o que desclassifica totalmente a
operação", diz. Os efeitos
seriam retroativos a dois
anos, segundo Moreau,
ou seja, se a fraude começou há cinco anos, todos os resgates realizados de dois anos até agora seriam desfeitos. Se
começou há um ano, por
exemplo, só serão chamados os resgates feitos
de um ano até agora.
FUNDO SOBERANO
Circula na internet manifestação contestando o fato de o
recém-criado fundo soberano
ser privado, apesar de ser constituído por recursos públicos
da União. Segundo o manifesto,
pela lei que criou o fundo, sua
finalidade é a formação de poupança pública, mas sua natureza é privada. O documento faz a
pergunta: "Como pode um fundo ser constituído e gerido pela
União, inclusive com recursos
do Tesouro Nacional, ser de natureza privada?". O manifesto
foi enviado ao TCU.
BBB
A nova expressão da moda é
BBB. E não é o programa da TV
Globo. Trata-se da sigla para
Big Bad Bank, uma proposta
que a equipe de Obama vai levar adiante para reunir, em
uma mesma instituição, os ativos tóxicos dos bancos americanos. Como se sabe, boa parte
da paralisação global, provocada pelo bloqueio ao crédito, deve-se à enormidade de ativos
podres das instituições americanas.
TOALHA
As vendas do segmento de
cama, mesa e banho caíram
20% na primeira quinzena de
janeiro ante igual período de
dezembro, segundo o Sindicato
do Comércio Atacadista de Tecidos de São Paulo. Arinos de
Almeida Barros, presidente da
entidade, afirma que o resultado se deve mais à sazonalidade
do que à crise, que deve ser
mensurada em março. Historicamente, as vendas do setor
caem no início de cada ano.
INCUBADORA
A Fanem, fabricante de produtos de neonatologia, venceu
concorrência feita pelo governo do Peru para equipamentos
de neonatal. O contrato, de
US$ 2,2 milhões, inclui entrega
e instalação de produtos como
incubadoras, equipamentos de
fototerapia e unidades de cuidado intensivo. A compra faz
parte de um grande programa
desenvolvido pelo governo de
Alan García para atender ao
projeto Materno-Infantil.
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