São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

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Bastidores

Para Planalto, BC sinaliza afinação com o governo

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na avaliação do Palácio do Planalto, o Banco Central finalmente entendeu que mudou o cenário macroeconômico mundial e passou "a atirar para o mesmo lado que o governo", de acordo com expressão de um auxiliar direto de Lula. Nas palavras de outro auxiliar, "antes tarde do que nunca".
A queda de um ponto percentual na taxa Selic, para 12,75% ao ano, foi vista com satisfação pelo Planalto, que tem feito pressões de bastidores desde o ano passado sobre o Copom (Comitê de Política Monetária) por uma queda significativa da taxa básica de juros.
Na reunião de dezembro, o Banco Central já havia sinalizado que reduziria os juros no início do ano, mas o grau da queda ainda estava em avaliação.
Depois da reunião de dezembro, como revelou a Folha, o próprio presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a taxa Selic cairia no início de 2009.
Como a crise se agravou no Brasil de forma mais forte do que imaginavam o Banco Central e Lula, a mudança da política monetária veio num grau maior do que indicava a tradição conservadora da instituição chefiada por Meirelles.
Para Lula, era importante uma demonstração de que o Banco Cental estava afinado com o governo nas medidas que deverão ser adotadas neste início de ano para tentar minimizar os efeitos da crise sobre o Brasil. O presidente da República esperava uma taxa Selic nominal de 10% até o final de 2009.

Cobrança
Lula avalia que agora terá discurso para cobrar maior redução do "spread" dos bancos públicos e privados. O "spread" é a diferença entre o custo de capitação dos recursos para os bancos e os juros cobrados por essas instituições do tomador final nas diversas operações de empréstimos.
Hoje, o presidente cobrará os bancos públicos. Em breve, deverá se reunir com representantes das instituições financeiras privadas.


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