São Paulo, sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

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Bolsa de SP cai 2,83% com medida para bancos nos EUA

Dow Jones recua 2%; ações também recuam na Europa

DA REPORTAGEM LOCAL

Com o setor bancário mais uma vez na mira, as Bolsas de Valores terminaram no vermelho ontem nos principais centros financeiros. A BM&FBovespa, após atravessar o pregão quase que inteiramente em baixa, encerrou as operações com perdas de 2,83%.
Em resposta à declaração do presidente norte-americano Barack Obama, de que têm de ser criados novos limites para os bancos operarem no mercado financeiro, as ações despencaram. O índice americano Dow Jones recuou 2,01%, com os papéis do setor bancário puxando as perdas.
Entre as maiores instituições norte-americanas, destaque para as depreciações dos papéis de JPMorgan Chase (-6,59%), Bank of America (-6,19%) e Citigroup (-5,49%).
Mesmo com os bancos brasileiros distantes dos problemas de seus pares americanos, suas ações não escaparam das perdas ontem. Investidores estrangeiros estiveram entre os que puxaram as quedas dos papéis, segundo operadores.
A ação preferencial do Bradesco encerrou o dia com recuo de 2,51%. Para Banco do Brasil ON, as perdas ficaram em 1,62%. E o papel preferencial do Itaú Unibanco caiu 1,83%.
Em um momento em que os grandes bancos internacionais começam a dar sinais de que o pior da crise já foi superado e de que estão prontos para retomar o fôlego em 2010, as declarações do governo norte-americano levantaram novas dúvidas sobre como as mudanças que devem vir vão impactar em seus resultados futuros.
Na Europa, a reação dos mercados não foi diferente. A Bolsa de Frankfurt encerrou o dia com depreciação de 1,79%. Em Londres, o principal índice do mercado acionário marcou queda de 1,58%.
Alguns dados econômicos apresentados ontem não colaboraram para melhorar o humor do mercado. O aumento nos pedidos de seguro-desemprego nos EUA, em um momento em que se espera a melhora nos níveis de emprego, foi mal recebido. Pesou também a inflação de 1,9% registrada na China em dezembro, que elevou os temores de que o país vai tomar medidas para conter o aquecimento da economia.
Os dados da China tiveram forte impacto nas ações da Vale, que recuaram 3,55%.
Com o cenário internacional menos amigável, os estrangeiros têm vendido mais fortemente ações no mercado brasileiro. Assim, o saldo positivo de R$ 537,4 milhões de suas operações nos pregões da BM&FBovespa, acumulado até o dia 19, pode ter sido revertido.
No pior momento de ontem, o índice Ibovespa registrou depreciação de 3,23%, marcando 65.996 pontos. No fim do dia, estava a 66.270 pontos, menor patamar desde 21 de dezembro.
(FABRICIO VIEIRA)


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