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Bolsa de SP cai 2,83% com medida para bancos nos EUA
Dow Jones recua 2%; ações também recuam na Europa
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o setor bancário mais
uma vez na mira, as Bolsas de
Valores terminaram no vermelho ontem nos principais centros financeiros. A BM&FBovespa, após atravessar o pregão
quase que inteiramente em
baixa, encerrou as operações
com perdas de 2,83%.
Em resposta à declaração do
presidente norte-americano
Barack Obama, de que têm de
ser criados novos limites para
os bancos operarem no mercado financeiro, as ações despencaram. O índice americano
Dow Jones recuou 2,01%, com
os papéis do setor bancário puxando as perdas.
Entre as maiores instituições
norte-americanas, destaque
para as depreciações dos papéis
de JPMorgan Chase
(-6,59%), Bank of America
(-6,19%) e Citigroup (-5,49%).
Mesmo com os bancos brasileiros distantes dos problemas
de seus pares americanos, suas
ações não escaparam das perdas ontem. Investidores estrangeiros estiveram entre os
que puxaram as quedas dos papéis, segundo operadores.
A ação preferencial do Bradesco encerrou o dia com recuo
de 2,51%. Para Banco do Brasil
ON, as perdas ficaram em
1,62%. E o papel preferencial
do Itaú Unibanco caiu 1,83%.
Em um momento em que os
grandes bancos internacionais
começam a dar sinais de que o
pior da crise já foi superado e de
que estão prontos para retomar
o fôlego em 2010, as declarações do governo norte-americano levantaram novas dúvidas
sobre como as mudanças que
devem vir vão impactar em
seus resultados futuros.
Na Europa, a reação dos mercados não foi diferente. A Bolsa
de Frankfurt encerrou o dia
com depreciação de 1,79%. Em
Londres, o principal índice do
mercado acionário marcou
queda de 1,58%.
Alguns dados econômicos
apresentados ontem não colaboraram para melhorar o humor do mercado. O aumento
nos pedidos de seguro-desemprego nos EUA, em um momento em que se espera a melhora nos níveis de emprego, foi
mal recebido. Pesou também a
inflação de 1,9% registrada na
China em dezembro, que elevou os temores de que o país vai
tomar medidas para conter o
aquecimento da economia.
Os dados da China tiveram
forte impacto nas ações da Vale, que recuaram 3,55%.
Com o cenário internacional
menos amigável, os estrangeiros têm vendido mais fortemente ações no mercado brasileiro. Assim, o saldo positivo de
R$ 537,4 milhões de suas operações nos pregões da
BM&FBovespa, acumulado até
o dia 19, pode ter sido revertido.
No pior momento de ontem,
o índice Ibovespa registrou depreciação de 3,23%, marcando
65.996 pontos. No fim do dia,
estava a 66.270 pontos, menor
patamar desde 21 de dezembro.
(FABRICIO VIEIRA)
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