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Lojas vendem computador em dólar
RICARDO GRINBAUM
da Reportagem Local
Quem está pensando em comprar computador pode se preparar
para pagar mais caro. Boa parte
das lojas de informática dolarizou
seus preços. Na prática, isso significa que o valor do equipamento
está variando diariamente, seguindo a cotação do real. Os modelos
mais simples ficaram cerca de R$
300,00 mais caros em uma semana
de flutuação da moeda.
Em algumas lojas ainda se encontram computadores com os
antigos preços em reais. Mas não
por muito tempo. Está havendo
uma corrida de consumidores para aproveitar os antigos preços,
que viraram pechinchas.
A Linea, revendedora de produtos Hitachi, oferece um notebook
com processador Pentium II - 266
MHz por R$ 4 213,00, mas a vendedora adverte que o preço vale só
por um dia. Na semana passada, o
mesmo equipamento custava R$
3950,00.
Para calcular o preço do notebook nos próximos dias será preciso saber a cotação do dólar. O
computador custa US$ 2670,00 e a
loja usa o câmbio comercial para
calcular o preço final.
Na Microvam, os vendedores
oferecem um computador básico,
com processador Pentium II, por
R$ 1889,00, levando-se em conta
uma cotação de R$ 1,65 por US$ 1.
Na semana passada, a máquina
saía por R$ 1511,00.
Os funcionários da Star Computer, de São Paulo, aconselham os
clientes a correr. Até o fim da semana, a loja oferece um modelo
básico, com processador Celeron
333, por R$ 1649,00.
Segundo os vendedores, a loja está segurando o preço numa cotação de R$ 1,45 por US$ 1, mas na
próxima semana já deve trabalhar
com nova tabela.
A Plug e Use, uma das maiores
redes de lojas de informática do
país, manteve os preços em reais.
Houve tanta procura que o estoque disponível para venda por telefone praticamente se esgotou.
Segundo os vendedores do telemarketing, não há previsão para
reposição dos estoques dos principais produtos. A Plug e Use não
pretende dolarizar seus preços.
Esse problema está acontecendo
porque o setor de informática depende muito de equipamentos e
peças importadas, mesmo para os
computadores montados no Brasil.
"Dolarizar seria mais fácil, mas
os preços subiriam exageradamente. Nem todos os custos são ditados pela variação do dólar. Além
disso, dolarizar os preços é ilegal",
diz Marcos Braga, gerente de suporte mercadológico da Itautec.
A Itautec vende seus produtos
diretamente aos consumidores,
mas está com o atendimento suspenso. "Está muito confuso, não
temos como apresentar preço em
reais porque nosso custo está variando com a cotação da moeda."
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