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TELES EM SUSPENSE
Juiz dá até 8 de abril para que propostas de compra e objeções sejam apresentadas
Corte de NY vai julgar ofertas pela Embratel
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
A venda da Embratel pela norte-americana MCI para a Telmex, do
empresário mexicano Carlos
Slim, ainda não está concluída.
O juiz Arthur Gonzalez, da Corte de Falências de Nova York, onde se encontra o processo de concordata da MCI, determinou, na
sexta-feira, que seja respeitado
um prazo até 8 de abril para serem
apresentadas novas propostas à
compra da Embratel ou ainda objeções ao contrato fechado entre a
MCI e a Telmex.
Gonzalez só vai bater o martelo
no dia 13 de abril, quando todos
os interessados pela Embratel deverão expor suas propostas. Pelas
regras do processo de concordata
nos EUA, dependendo do teor
das propostas a serem apresentadas, o juiz poderá até mesmo fazer um leilão para obter o melhor
preço pela empresa.
Os novos prazos fixados pela
corte americana encheram de esperança o consórcio formado pela Geodex e pela operadoras fixas
(Brasil Telecom, Telefônica e Telemar). Na semana passada, o
consórcio perdeu a disputa da
Embratel para a Telmex, apesar
de ter apresentado uma proposta
de valor mais elevado.
As fixas propuseram US$ 550
milhões, e a Telmex, US$ 360 milhões. Nos próximos dias, o consórcio das fixas, batizado de Calais, vai encaminhar ao juiz Gonzalez uma série de documentos
para tentar provar que a sua proposta é a melhor para a Embratel e
para a MCI.
Entre os documentos, a Calais
assinará um contrato idêntico
àquele fechado entre a Telmex e a
MCI. Além disso, anexará a proposta de US$ 550 milhões que foi
apresentada e foi derrotada. A Calais também vai procurar a MCI e
o comitê de credores da tele para
informá-los dos seus passos.
Junto com as datas fixadas para
decidir o destino da Embratel, a
corte americana também tornou
público um documento de 70 páginas com as alegações da MCI e
do comitê de credores da empresa
para ter tomado a decisão em favor de Carlos Slim. Consta ainda o
contrato assinado com a Telmex.
O documento foi encaminhado
à corte pelo próprio comitê de
credores, no qual Carlos Slim tem
assento por ser o segundo maior
credor da MCI. A MCI e o comitê
de credores deixam claro no documento que a proposta da Calais
(das fixas) saiu derrotada em razão de impedimentos regulatórios. O argumento deles é que a
venda da Embratel para o consórcio das fixas não seria aprovada
pela Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações).
A MCI usa como principal argumento para chegar a essa conclusão o fato de, no dia 29 de janeiro,
a Anatel ter fechado o acesso ao
"data-room" (sala virtual) da Embratel. Segundo o documento, a
Anatel teria tomado essa decisão
por causa do consórcio das fixas.
As empresas de telefonia fixa
vão tentar mostrar ao juiz que não
há riscos ao marco regulatório. As
fixas dispõem de uma série de pareceres de especialistas que atestam a tese. Entre eles, o de Carlos
Ari Sandfeld, advogado que assessorou o governo na elaboração da
Lei Geral de Telecomunicações.
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