|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo comemora e revê metas do PAC
Com expansão maior, economia para pagamento de juros pode ter que aumentar se meta de 4,25% do PIB for mantida
Para Bernardo, é hora de "curtir pibão"; Mantega diz que equipe rediscutirá metas com Lula após
novo dado do PIB de 2006
LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo pode reduzir a
economia prevista para o pagamento de juros neste ano, o superávit primário, em razão da
revisão no crescimento do PIB
anunciada pelo IBGE. Com a
revisão, a relação entre a dívida
pública e o PIB caiu de 51,5%
para 46,5% em 2005.
O ministro Guido Mantega
(Fazenda) afirmou que a a economia pode crescer mais de
4,5% neste ano e que a equipe
econômica vai alterar as previsões para o déficit nominal, que
inclui as despesas com juros, e
reduzir a projeção de uma taxa
de investimento de 25% do PIB
até o fim do governo. Essas metas estavam contidas no PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento).
Assim como Mantega, o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) preferiu comemorar
os novos números a responder
se e como será cumprida a meta
de superávit primário de 4,25%
de um PIB muito superior ao
calculado inicialmente. "Não
dá para falar nada agora, só ficamos sabendo disso tudo hoje.
Deixa a gente curtir o "pibão"."
"A única coisa que o governo
está garantindo é que os fundamentos da economia brasileira
melhoraram", disse Mantega,
indagado sobre o superávit.
Segundo Mantega, o investimento deverá chegar a 2010
entre 20% e 21% do PIB, mantendo a trajetória prevista de
expansão de 1% ao ano. O estoque de investimentos da economia foi revisto pelo IBGE de
20,5% do PIB para 16,5%.
Já o resultado das contas do
governo após pagamento de juros, o déficit nominal, previsto
para chegar a 0,2% do PIB no
fim do mandato de Lula, pode
ser alcançado mais cedo.
Mantega disse que, a partir
da próxima semana, quando o
IBGE divulgar a revisão do PIB
de 2006, sua equipe fará novas
projeções e discutirá o assunto
com Lula para, só depois disso,
divulgar outras metas.
Mantega não escondeu o entusiasmo com os novos dados
do IBGE. Além de prometer
crescimento maior que 4,5%,
fez questão de criticar o governo FHC. "Ficou comprovado
que a economia não estava
mesmo crescendo", disse.
Mantega também festejou a
subida do Brasil no ranking das
economias mundiais. De acordo com a avaliação da equipe
econômica, o Brasil passará da
décima para a oitava maior economia do mundo. "Agora o G8
[grupo que reúne as economias
mais ricas do planeta] é com o
Brasil dentro."
Por meio da assessoria, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que "o
aumento de 2,6% para 3,3% no
crescimento anual médio entre
2003 e 2005 confirma que o
Brasil tem ampliado a sua capacidade de crescer a partir da estabilidade da economia e da
manutenção da inflação baixa e
na meta".
Colaborou GUSTAVO PATU, da Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Paulo Nogueira Batista Jr.: O Brasil e o FMI Próximo Texto: Oposicionistas criticam nova metodologia Índice
|