São Paulo, quinta-feira, 22 de março de 2007

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Governo comemora e revê metas do PAC

Com expansão maior, economia para pagamento de juros pode ter que aumentar se meta de 4,25% do PIB for mantida

Para Bernardo, é hora de "curtir pibão"; Mantega diz que equipe rediscutirá metas com Lula após novo dado do PIB de 2006


LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo pode reduzir a economia prevista para o pagamento de juros neste ano, o superávit primário, em razão da revisão no crescimento do PIB anunciada pelo IBGE. Com a revisão, a relação entre a dívida pública e o PIB caiu de 51,5% para 46,5% em 2005.
O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou que a a economia pode crescer mais de 4,5% neste ano e que a equipe econômica vai alterar as previsões para o déficit nominal, que inclui as despesas com juros, e reduzir a projeção de uma taxa de investimento de 25% do PIB até o fim do governo. Essas metas estavam contidas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Assim como Mantega, o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) preferiu comemorar os novos números a responder se e como será cumprida a meta de superávit primário de 4,25% de um PIB muito superior ao calculado inicialmente. "Não dá para falar nada agora, só ficamos sabendo disso tudo hoje. Deixa a gente curtir o "pibão"."
"A única coisa que o governo está garantindo é que os fundamentos da economia brasileira melhoraram", disse Mantega, indagado sobre o superávit. Segundo Mantega, o investimento deverá chegar a 2010 entre 20% e 21% do PIB, mantendo a trajetória prevista de expansão de 1% ao ano. O estoque de investimentos da economia foi revisto pelo IBGE de 20,5% do PIB para 16,5%.
Já o resultado das contas do governo após pagamento de juros, o déficit nominal, previsto para chegar a 0,2% do PIB no fim do mandato de Lula, pode ser alcançado mais cedo.
Mantega disse que, a partir da próxima semana, quando o IBGE divulgar a revisão do PIB de 2006, sua equipe fará novas projeções e discutirá o assunto com Lula para, só depois disso, divulgar outras metas.
Mantega não escondeu o entusiasmo com os novos dados do IBGE. Além de prometer crescimento maior que 4,5%, fez questão de criticar o governo FHC. "Ficou comprovado que a economia não estava mesmo crescendo", disse.
Mantega também festejou a subida do Brasil no ranking das economias mundiais. De acordo com a avaliação da equipe econômica, o Brasil passará da décima para a oitava maior economia do mundo. "Agora o G8 [grupo que reúne as economias mais ricas do planeta] é com o Brasil dentro."
Por meio da assessoria, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que "o aumento de 2,6% para 3,3% no crescimento anual médio entre 2003 e 2005 confirma que o Brasil tem ampliado a sua capacidade de crescer a partir da estabilidade da economia e da manutenção da inflação baixa e na meta".


Colaborou GUSTAVO PATU, da Sucursal de Brasília

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