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Outro lado
Fazenda diz que reação é corporativismo
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário-adjunto da
Fazenda paulista, George
Tormin, afirma que o sigilo
fiscal dos contribuintes está
assegurado e que os consultores do INDG recebem dados codificados que não permitem a identificação de
qualquer contribuinte. A polêmica vem à tona, segundo
diz, em meio a uma negociação salarial. "Os dados do
CNPJ e da inscrição estadual
são mascarados", diz. "Além
do mais, os consultores estão
sempre acompanhados por
fiscais, não fazem nada isoladamente. O acesso à base de
informações fiscais é feito
somente nas instalações da
secretaria."
A reação dos fiscais já era
esperada, segundo ele, e
ocorreu em outros Estados
onde o instituto foi contratado para desenvolver trabalhos de gestão. "Há um corporativismo natural e esperado na reação. Em Minas
Gerais também foi assim. É
uma posição individualista
de quem acha que não tem
mais nada para aprender."
O questionamento do sindicato, diz Tormin, ocorre
em meio a uma negociação
salarial da categoria. "O contrato foi firmado em julho do
ano passado. Mas, agora, há
uma negociação salarial em
curso."
Ele explica que os consultores vão desenvolver uma
metodologia na Fazenda que
irá auxiliar nas fiscalizações,
com o objetivo de aumentar
a arrecadação, mas que é absurdo dizer que o planejamento fiscal está sendo "terceirizado" ou "privatizado".
"Quem vai dizer qual empresa será fiscalizada, se a
fiscalização começa na empresa da região Norte ou Sul
ou naquela que fatura abaixo
ou acima de R$ 100 mil não
são eles [do INDG]."
Tormin explica também
que o trabalho de consultoria
é "absolutamente normal"
como o que ocorre em empresas privadas e outros órgãos públicos onde o INDG
já prestou e presta serviços.
"Os consultores vão mostrar
a metodologia, aportar conhecimento e mostrar, dentro da base de dados analisada, as oportunidades para a
fiscalização."
O secretário afirma: "Não
há mais espaço para aumento de carga tributária, os governos precisam de eficiência na arrecadação. O trabalho do instituto tem como
objetivo ajudar a ser eficiente da porta para dentro".
Além de as informações
disponíveis ao instituto estarem codificadas, Tormin
destaca que o convênio entre
o MBC e o governo prevê,
"como qualquer outra relação contratual e comercial
entre duas partes, a confidencialidade e sigilo nas informações".
"Você acha que o Jorge
Gerdau [presidente fundador do MBC] está infiltrando
espião [na secretaria para ter
acesso a dados de concorrentes]?"
(CR e FF)
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