São Paulo, domingo, 22 de março de 2009

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Por ora, retração do comércio é efeito da crise

DO ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

O estudo dos especialistas do Banco Mundial minimiza o impacto até agora das medidas protecionistas adotadas por quase todos os países do G20.
"Por enquanto, essas medidas provavelmente tiveram efeito apenas marginal no comércio. A aguda contração nos volumes de comércio evidente em meses recentes é uma consequência não de protecionismo mas de uma recessão global e da disparada dos custos de financiamento para o comércio", afirma o estudo do Bird.
As medidas abrangem um espectro amplo de países e características. O Banco Mundial diz que apenas um terço delas é a clássica elevação de tarifas.
Há o "Buy American" (compre produtos dos EUA), incluído no pacote de socorro editado por Obama e criticado pelo Brasil. Que, porém, é acusado pela China de excesso de burocracia para permitir a entrada de brinquedos, mecanismo similar ao que a Argentina adota, assim como a África do Sul acena com a sua versão do "Buy American" -o "Buy African".
Um primeiro relatório da OMC concluiu, como o Banco Mundial, que é insignificante o impacto até aqui das medidas. Mas Edwini Kessie, um de seus diretores, anunciou na semana passada que "um novo relatório deve sair até o fim do mês, com um balanço das políticas que os diferentes países adotaram, seja no contexto de seus pacotes de estímulo à economia, seja independentemente deles".
Só aí se terá uma dimensão da "guerra comercial", se é mais paranoia ou se é "devastadora" mesmo. (CR)


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