São Paulo, segunda-feira, 22 de março de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Controle em empresas no Brasil está menos concentrado

Cresce na Bovespa o número de empresas com controle difuso ou pulverizado.
As companhias de controle difuso são aquelas em que o controlador tem entre 33% e 50% das ações ordinárias (ONs), com direito a voto.
O controle é considerado pulverizado quando o maior acionista tem menos de 33% das ONs. E é consolidado, quando quem controla a empresa detém mais de 50%. "Não "enxergamos" quando há um acordo de acionistas definido", diz André Lion, da BRZ. As controladoras da Vivo, por exemplo, têm cada uma 38% das ONs. De 382 empresas de capital aberto, 224 ainda têm o controle muito concentrado. Mas já são 52 as que têm comando pulverizado. O mercado aquecido permite aumento de companhias com capital disperso.

FIM DE ESTÍMULO TRAZ RECESSÃO DE VOLTA?
Carlos Eduardo Gonçalves tornou-se associado senior da LCA Consultores. Em seu primeiro trabalho para a nova casa, o economista e professor da FEA-USP trata de incentivos governamentais. "Com a crise, criou-se a ideia de que, se retirar estímulo de países que estão saindo da recessão, eles afundam de novo", diz. Para Gonçalves, em casos como o dos Piigs, as políticas fiscais contracionistas podem impulsionar o crescimento da economia, mesmo no curto prazo. "É falacioso afirmar que cortar gastos públicos é receita certa para derrapada da atividade econômica." Em países endividados e com falta de credibilidade, como a Grécia, ajustes fiscais reduziriam incertezas e juros, impulsionando o investimento privado e o crescimento, diz. "Se há um momento em que o consenso é possível, viabilizando reformas impopulares, é justamente no meio de uma crise econômica."

REGIONAL
O livro "Mercosul e a Integração Regional" (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e Fundação Memorial da América Latina), do embaixador Rubens Barbosa, tem lançamento marcado para o dia 25, na livraria Cultura do Conjunto Nacional, em SP. A obra reúne ensaios publicados pelo autor sobre o processo de negociação do Mercosul e cobre, nos últimos seis anos, os dilemas que se passaram nas reuniões presidenciais.

AINDA NA PIRÂMIDE
Ainda há brasileiros que esperam indenizações no caso Madoff. A recente decisão da Justiça de Nova York beneficiou investidores na Madoff Securities, mas a maioria dos brasileiros aplicou em fundos que entraram no esquema de pirâmide, responsável por perdas de US$ 65 bilhões.
Os bancos Santander e Safra fizeram acordos com boa parte dos investidores no exterior -foi lá que brasileiros aplicaram, segundo advogados. Com o dinheiro recebido e empréstimos que as instituições ofereceram, muitos clientes investiram em Bolsa, que estava em baixa, e recuperaram perdas.
Investidores em outros bancos ainda questionam a responsabilidade dos fundos. "Quem comercializava esses produtos cobrava taxa para administrar os ativos. Tem responsabilidade de custódia e de fiscalização até o fim da linha", diz o advogado Pierre Moreau, que defende brasileiros nesse caso.

O RETORNO
O fluxo de investidores estrangeiros para a Bolsa, que caiu muito no começo deste ano, volta a subir. No primeiro bimestre, a saída de estrangeiros na Bovespa foi de aproximadamente U$ 1.8 bilhão. O difícil início de ano foi marcado por problemas em Dubai e na Europa. Até o dia 10, porém, US$ 1 bilhão já voltou aos emergentes. No ano, o fluxo de fundos a esses mercados é de cerca de U$ 5.6 bilhões. "A boa notícia é que esse fluxo só tende a aumentar. Uma boa parte desses investidores começou a investir no Brasil recentemente e sinaliza interesse de longo prazo com o país", diz Marcelo Kayath, que divide com José Olympio Pereira a direção do banco de investimentos do Credit Suisse. Os setores mais atrativos são infraestrutura, energia e consumo, afirma Kayath.


com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK


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