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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Controle em empresas no Brasil está menos concentrado
Cresce na Bovespa o número
de empresas com controle difuso ou pulverizado.
As companhias de controle
difuso são aquelas em que o
controlador tem entre 33% e
50% das ações ordinárias
(ONs), com direito a voto.
O controle é considerado
pulverizado quando o maior
acionista tem menos de 33%
das ONs. E é consolidado,
quando quem controla a empresa detém mais de 50%. "Não
"enxergamos" quando há um
acordo de acionistas definido",
diz André Lion, da BRZ. As controladoras da Vivo, por exemplo, têm cada uma 38% das
ONs. De 382 empresas de capital aberto, 224 ainda têm o controle muito concentrado. Mas
já são 52 as que têm comando
pulverizado. O mercado aquecido permite aumento de companhias com capital disperso.
FIM DE ESTÍMULO TRAZ RECESSÃO DE VOLTA? Carlos Eduardo Gonçalves tornou-se associado senior
da LCA Consultores. Em seu primeiro trabalho para a nova casa, o economista e professor da FEA-USP trata de
incentivos governamentais. "Com a crise, criou-se a ideia
de que, se retirar estímulo de países que estão saindo da
recessão, eles afundam de novo", diz. Para Gonçalves, em
casos como o dos Piigs, as políticas fiscais contracionistas
podem impulsionar o crescimento da economia, mesmo
no curto prazo. "É falacioso afirmar que cortar gastos
públicos é receita certa para derrapada da atividade
econômica." Em países endividados e com falta de credibilidade, como a Grécia, ajustes fiscais reduziriam incertezas e juros, impulsionando o investimento privado e o crescimento, diz. "Se há um momento em que o
consenso é possível, viabilizando reformas impopulares, é justamente no meio de uma crise econômica."
REGIONAL
O livro "Mercosul e a Integração Regional" (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e Fundação Memorial da América Latina), do embaixador Rubens Barbosa, tem lançamento marcado para o dia 25, na livraria Cultura do Conjunto Nacional, em SP. A obra reúne ensaios publicados pelo autor sobre o processo de negociação do Mercosul e cobre, nos últimos seis anos, os dilemas que se passaram nas reuniões presidenciais.
AINDA NA PIRÂMIDE
Ainda há brasileiros que esperam indenizações no caso
Madoff. A recente decisão da Justiça de Nova York beneficiou investidores na Madoff Securities, mas a maioria dos
brasileiros aplicou em fundos que entraram no esquema de
pirâmide, responsável por perdas de US$ 65 bilhões.
Os bancos Santander e Safra fizeram acordos com boa parte dos investidores no exterior -foi lá que brasileiros aplicaram, segundo advogados. Com o dinheiro recebido e empréstimos que as instituições ofereceram, muitos clientes investiram em Bolsa, que estava em baixa, e recuperaram perdas.
Investidores em outros bancos ainda questionam a responsabilidade dos fundos. "Quem comercializava esses produtos
cobrava taxa para administrar os ativos. Tem responsabilidade de custódia e de fiscalização até o fim da linha", diz o advogado Pierre Moreau, que defende brasileiros nesse caso.
O RETORNO
O fluxo de investidores estrangeiros para a Bolsa, que
caiu muito no começo deste
ano, volta a subir. No primeiro bimestre, a saída de
estrangeiros na Bovespa foi
de aproximadamente U$ 1.8
bilhão. O difícil início de ano
foi marcado por problemas
em Dubai e na Europa. Até o
dia 10, porém, US$ 1 bilhão
já voltou aos emergentes. No
ano, o fluxo de fundos a esses mercados é de cerca de
U$ 5.6 bilhões. "A boa notícia é que esse fluxo só
tende a aumentar. Uma
boa parte desses investidores começou a investir
no Brasil recentemente e
sinaliza interesse de longo
prazo com o país", diz
Marcelo Kayath, que divide com José Olympio Pereira a direção do banco
de investimentos do Credit Suisse. Os setores mais
atrativos são infraestrutura, energia e consumo,
afirma Kayath.
com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK
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