São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 2008

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Lucro do Bank of America tem queda de 77%

DO "NEW YORK TIMES"

Em mais um sinal de que a crise que acomete o setor financeiro ainda não arrefeceu, o Bank of America (BofA), o maior banco de varejo dos EUA, anunciou ontem que seu lucro trimestral teve queda de 77% e que se prepara para sofrer mais prejuízos sobre os empréstimos concedidos a consumidores. O resultado, pior do que o esperado pelos analistas, vem na seqüência de uma série de balanços negativos de instituições financeiras.
O banco disse que, em função da queda de sua participação patrimonial em dívidas de financiamentos residenciais, construção e para pequenas empresas, vai separar outros US$ 3,8 bilhões para reforçar suas reservas. Os resultados marcaram a terceira queda consecutiva nos lucros trimestrais do banco. As ações do banco chegaram a cair 2% ontem.
O presidente e executivo-chefe do banco, Kenneth D. Lewis, disse que as operações diversificadas do banco vão ajudá-lo a superar a retração da economia. Mas declarou que o ambiente atual é "o mais difícil" que já enfrentou. Lewis também falou que no segundo trimestre a economia dos EUA deve apresentar crescimento apenas marginal, se não contração, para começar a se recuperar no segundo semestre.
Embora os problemas mais imediatos do BofA tenham sido provocados pelas dificuldades dos mercados de crédito, seu relatório de lucros indicou que a crise do crédito se espalhou para outras áreas também. O banco reportou US$ 2,72 bilhões em empréstimos que prevê que não serão saldados, 90% a mais do que no ano passado.
O choque prolongado decorrente do enfraquecimento do mercado imobiliário residencial pode não justificar previsões positivas para a aquisição pelo BofA da Countrywide Financial, a empresa de hipotecas que o banco concordou em comprar por US$ 4 bilhões.
Isso também significa que o banco pode precisar buscar financiamentos novos. O BofA já anunciou várias iniciativas para levantar capital, incluindo a venda de US$ 6 bilhões em ações preferenciais.
A unidade global voltada aos consumidores e às pequenas empresas, fonte principal de receita do BofA, relatou receita líquida de US$ 1,09 bilhão, uma queda de 59% em relação ao ano passado. A empresa disse que as reservas da unidade para cobrir prejuízos com inadimplemento chegaram a US$ 6,45 bilhões no primeiro trimestre, contra US$ 2,4 bilhões no mesmo período do ano passado.

Outras perdas
No primeiro trimestre, diversas instituições financeiras reportaram balanços negativos. Na semana passada, o Citigroup -maior banco dos Estados Unidos em ativos- anunciou prejuízo de US$ 5,1 bilhões. Já o Merrill Lynch divulgou perdas de US$ 1,97 bilhão. Em decorrência dos resultados, as duas instituições anunciaram que irão proceder com corte de custos. Outro gigante do setor financeiro, o JP Morgan teve uma queda de 50% no lucro no primeiro trimestre, que totalizou US$ 2,37 bilhões.


Com agências internacionais


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