São Paulo, quarta-feira, 22 de abril de 2009

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Nova gestão do BB troca 6 dos 9 vices do banco

Nvo presidente tem ordens de Lula para elevar concessão de crédito e cortar juros

Mudanças devem ser confirmadas hoje pelo conselho do banco estatal, que deve priorizar também o pacote habitacional

SHEILA D'AMORIM
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao assumir amanhã a presidência do Banco do Brasil, Aldemir Bendine deverá fazer mudanças em seis das nove vice-presidências da instituição, segundo apurou a Folha. O Conselho de Administração do banco precisará confirmá-las em reunião prevista para hoje.
As trocas na cúpula do BB obedecem a ordens diretas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para aumentar a concessão de crédito, reduzir os juros bancários e priorizar o pacote de habitação popular. Todas essas orientações são vistas como fundamentais para o combate à crise econômica e o êxito da eventual candidatura presidencial da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, em 2010.
Segundo a Folha apurou, quatro vice-presidentes deverão sair. Um vice deverá trocar de cadeira. E deverá ser preenchida a vaga de Bendine, que era vice-presidente de Cartões e Novos Negócios de Varejo.
Segundo a Folha apurou, os quatro vices que deverão deixar seus postos são Adézio de Almeida Lima (Crédito, Controladoria e Risco Global), José Maria Rabelo (Negócios Internacionais e Atacado), Milton Luciano dos Santos (Varejo e Distribuição) e Luiz Oswaldo Moreira de Souza (Gestão de Pessoas e Responsabilidade Socioambiental).
Vice-presidente de Governo, Ricardo José da Costa Flores deverá ser deslocado para a vice de Crédito, Controladoria e Risco Global. Diretor Comercial, Allan Simões Toledo deverá comandar a vice de Negócios Internacionais e Atacado. Diretor de Seguros, Previdência e Capitalização, Alexandre Abreu deverá ocupar a vice de Varejo e Distribuição. Diretor de Menor Renda, Robson Rocha deverá comandar a vice de Gestão de Pessoas e Responsabilidade Socioambiental.
Para o lugar de Bendine, na vice de Cartões e Novos Negócios de Varejo, deverá ser nomeado Paulo Rogério Cafarreli, atual diretor de Novos Negócios de Varejo. Em substituição a Flores, na vice de Governo, deverá ser indicado Ricardo Oliveira, atual assessor da presidência do BB.
Indicado à vice de Governo após reunir apoio político do PMDB e de alas do PT, Flores é visto como uma opção que reúne a parte técnica com jogo de cintura político para chefiar a vice mais importante, a de Crédito. Ele já atuou em postos altos nas áreas de crédito e seguridade. Na vice de Governo, lidou com Estados, municípios, tribunais e órgãos públicos que são clientes do banco.
A mudança na cúpula do BB se deve à insatisfação com o que o Palácio do Planalto considera lentidão no cumprimento de ordens de Lula, como ampliar a concessão de crédito a empresas e reduzir mais velozmente o "spread" (diferença entre o custo de captação do dinheiro e aquele cobrado do cliente que faz o empréstimo).
Lula e seus principais auxiliares ouviram queixas de empresas de que o crédito estaria travado no BB. Para Lula e os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Dilma, a gestão de Lima Neto conduzia o BB mais como um banco privado do que instituição controlada pelo Estado. A União é acionista majoritária do BB, que tem capital misto e ações em Bolsas.
Dos seis novos vices, todos são funcionários de carreira. O único com filiação partidária é Robson Rocha (PT). Dos quatro diretores de saída, todos são funcionários de carreira. E dois têm filiação ao PT: Adézio Almeida Lima e Luiz Oswaldo Moreira de Souza.


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