São Paulo, quarta-feira, 22 de abril de 2009

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AL tem menor necessidade de refinanciamento

DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

O FMI vê as empresas não financeiras e os bancos em todo o mundo com grandes dificuldades para tocar operações e refinanciar dívidas no atual cenário de restrição do crédito.
Entre todas as regiões do mundo, a Europa do leste será a mais afetada, prevê o Fundo. Entre os mercados emergentes como um todo, as necessidades de refinanciamento em 2009 atingirão US$ 1,8 trilhão.
Em termos de financiamento com dólares de fora, o FMI vê a América Latina e a Ásia em posição de relativo controle. Para o Fundo, no pior cenário os mercados locais terão força e recursos suficientes para refinanciar dívidas corporativas.
"A América Latina está muito mais bem posicionada do que em crises anteriores, especialmente na comparação com a Europa do leste", disse José Viñals, diretor do Fundo.
Como proporção da média do PIB (Produto Interno Bruto) de cada região, por exemplo, a necessidade de refinanciamento de dívidas na Europa do leste em 2009 atinge 23%. Na Ásia e na América Latina, ela é de 9% e 8%, respectivamente.
Enquanto no Brasil a necessidade de refinanciamento equivale a apenas 40% das reservas em dólares do país (de cerca de US$ 205 bilhões), ela varia de quase 200% a 400% em países como Bulgária, República Tcheca, Estônia, Lituânia e Ucrânia.
Nessa mesma Europa emergente, as necessidades de financiamento externos para o setor corporativo equivalem a mais de 50% do potencial de oferta de crédito dos bancos.
O sistema financeiro nesses países, já sob estresse, tem, em tese, potencial para emprestar apenas a metade do que as empresas precisarão neste ano.
Para se refinanciarem, muitas companhias da Europa emergente já pagam hoje, em média, até duas vezes mais em juros do que outras empresas na Ásia e na América Latina.
Para o FMI, o chamado "custo do dinheiro" (quanto uma empresa ou banco deve pagar em juros para obter empréstimos) tem mantido tendência de alta em todo o mundo.

Mais poder de fogo
Neste final de semana, durante a reunião de primavera (no hemisfério Norte) do FMI, devem ser anunciados detalhes sobre o aumento do potencial de empréstimo do Fundo.
O México já obteve US$ 40 bilhões da nova Linha de Crédito Flexível do FMI, que permite sacar recursos sem que o país tenha que se subordinar a um programa completo de monitoramento. A Polônia também deverá ser beneficiada com cerca de US$ 20 bilhões, além da Colômbia, com US$ 10 bilhões.
A expectativa é que o FMI anuncie um aumento substancial de seu poder de fogo para empréstimos a países.
Atualmente, o Fundo tem cerca de US$ 250 bilhões em seus cofres, mas o valor poderá subir para algo entre US$ 750 bilhões e US$ 1 trilhão se todos os países que estão oferecendo novos aportes (inclusive o Brasil, com US$ 4,5 bilhões) cumprirem o que prometeram. (FCZ)


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