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AL tem menor necessidade de refinanciamento
DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
O FMI vê as empresas não financeiras e os bancos em todo
o mundo com grandes dificuldades para tocar operações e
refinanciar dívidas no atual cenário de restrição do crédito.
Entre todas as regiões do
mundo, a Europa do leste será a
mais afetada, prevê o Fundo.
Entre os mercados emergentes
como um todo, as necessidades
de refinanciamento em 2009
atingirão US$ 1,8 trilhão.
Em termos de financiamento
com dólares de fora, o FMI vê a
América Latina e a Ásia em posição de relativo controle. Para
o Fundo, no pior cenário os
mercados locais terão força e
recursos suficientes para refinanciar dívidas corporativas.
"A América Latina está muito mais bem posicionada do
que em crises anteriores, especialmente na comparação com
a Europa do leste", disse José
Viñals, diretor do Fundo.
Como proporção da média
do PIB (Produto Interno Bruto) de cada região, por exemplo,
a necessidade de refinanciamento de dívidas na Europa do
leste em 2009 atinge 23%. Na
Ásia e na América Latina, ela é
de 9% e 8%, respectivamente.
Enquanto no Brasil a necessidade de refinanciamento
equivale a apenas 40% das reservas em dólares do país (de
cerca de US$ 205 bilhões), ela
varia de quase 200% a 400%
em países como Bulgária, República Tcheca, Estônia, Lituânia e Ucrânia.
Nessa mesma Europa emergente, as necessidades de financiamento externos para o
setor corporativo equivalem a
mais de 50% do potencial de
oferta de crédito dos bancos.
O sistema financeiro nesses
países, já sob estresse, tem, em
tese, potencial para emprestar
apenas a metade do que as empresas precisarão neste ano.
Para se refinanciarem, muitas companhias da Europa
emergente já pagam hoje, em
média, até duas vezes mais em
juros do que outras empresas
na Ásia e na América Latina.
Para o FMI, o chamado "custo do dinheiro" (quanto uma
empresa ou banco deve pagar
em juros para obter empréstimos) tem mantido tendência
de alta em todo o mundo.
Mais poder de fogo
Neste final de semana, durante a reunião de primavera
(no hemisfério Norte) do FMI,
devem ser anunciados detalhes
sobre o aumento do potencial
de empréstimo do Fundo.
O México já obteve US$ 40
bilhões da nova Linha de Crédito Flexível do FMI, que permite sacar recursos sem que o país
tenha que se subordinar a um
programa completo de monitoramento. A Polônia também
deverá ser beneficiada com cerca de US$ 20 bilhões, além da
Colômbia, com US$ 10 bilhões.
A expectativa é que o FMI
anuncie um aumento substancial de seu poder de fogo para
empréstimos a países.
Atualmente, o Fundo tem
cerca de US$ 250 bilhões em
seus cofres, mas o valor poderá
subir para algo entre US$ 750
bilhões e US$ 1 trilhão se todos
os países que estão oferecendo
novos aportes (inclusive o Brasil, com US$ 4,5 bilhões) cumprirem o que prometeram.
(FCZ)
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