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São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Juro costuma desvalorizar ações, mas manutenção da Selic é interpretada como sinal de independência do BC

Bolsa sobe com decisão "técnica" do Copom

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo seguiu o otimismo dos outros indicadores financeiros e fechou em alta de 2,26%, aos 13.033 pontos. O volume negociado foi de R$ 645,9 milhões.
Segundo analistas, após fechar anteontem com queda acumulada na semana de 3,6%, era esperado que o índice voltasse a subir. Para eles, os investidores já esperavam por uma "boa notícia" para que a Bolsa fechasse em alta.
A principal notícia ontem foi a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de manter a Selic (taxa básica de juros) em 26,5% ao ano.
Em geral, os juros altos são prejudiciais para o mercado acionário. Primeiramente, elevam os custos de financiamento das empresas, o que afeta diretamente o seu desempenho. Além disso, diminuem a atratividade da Bolsa para os investidores, que preferem manter sues investimentos em renda fixa a enfrentar a volatilidade no preço das ações.
Apesar disso, os analistas acreditavam que, se o BC reduzisse os juros ontem, a medida repercutiria no mercado como uma decisão política, em vez de técnica. Ou seja, a manutenção foi vista como um sinal de independência do BC, o que agrada aos investidores.
Como a manutenção da taxa repercutiu positivamente, o risco-país caiu, o que barateia o custo de captação de empresas no exterior, e o dólar se desvalorizou, o que favorece as instituições com dívidas na moeda dos EUA.

Compulsório
Rumores de que o BC poderia reduzir a alíquota do recolhimento compulsório -dinheiro que os bancos são obrigados a depositar na instituição-, elevada em fevereiro, deram destaque às ações do setor na Bovespa. Os papéis preferenciais do Itaú subiram 4,14%, e os do Bradesco se valorizaram em 3,82%.
Alguma empresas do setor elétrico também fecharam o pregão com forte alta. As ações que mais subiram foram Cemig ON (5,8%) e Cesp PN (5,3%).
O papel ON da Ipiranga Distribuidora também foi destaque. Segundo operadores, as ações da empresa foram trocadas entre clientes do CSFB-Garantia, em uma operação fechada. De acordo com a Bovespa, os papéis fecharam o dia com alta de 135% e a operação movimentou cerca de R$ 20 milhões.


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