|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MERCADO FINANCEIRO
Juro costuma desvalorizar ações, mas manutenção da Selic é interpretada como sinal de independência do BC
Bolsa sobe com decisão "técnica" do Copom
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa de Valores de São Paulo
seguiu o otimismo dos outros indicadores financeiros e fechou em
alta de 2,26%, aos 13.033 pontos.
O volume negociado foi de R$
645,9 milhões.
Segundo analistas, após fechar
anteontem com queda acumulada na semana de 3,6%, era esperado que o índice voltasse a subir.
Para eles, os investidores já esperavam por uma "boa notícia" para que a Bolsa fechasse em alta.
A principal notícia ontem foi a
decisão do Copom (Comitê de
Política Monetária do Banco Central) de manter a Selic (taxa básica
de juros) em 26,5% ao ano.
Em geral, os juros altos são prejudiciais para o mercado acionário. Primeiramente, elevam os
custos de financiamento das empresas, o que afeta diretamente o
seu desempenho. Além disso, diminuem a atratividade da Bolsa
para os investidores, que preferem manter sues investimentos
em renda fixa a enfrentar a volatilidade no preço das ações.
Apesar disso, os analistas acreditavam que, se o BC reduzisse os
juros ontem, a medida repercutiria no mercado como uma decisão política, em vez de técnica. Ou
seja, a manutenção foi vista como
um sinal de independência do BC,
o que agrada aos investidores.
Como a manutenção da taxa repercutiu positivamente, o risco-país caiu, o que barateia o custo
de captação de empresas no exterior, e o dólar se desvalorizou, o
que favorece as instituições com
dívidas na moeda dos EUA.
Compulsório
Rumores de que o BC poderia
reduzir a alíquota do recolhimento compulsório -dinheiro que
os bancos são obrigados a depositar na instituição-, elevada em
fevereiro, deram destaque às
ações do setor na Bovespa. Os papéis preferenciais do Itaú subiram
4,14%, e os do Bradesco se valorizaram em 3,82%.
Alguma empresas do setor elétrico também fecharam o pregão
com forte alta. As ações que mais
subiram foram Cemig ON (5,8%)
e Cesp PN (5,3%).
O papel ON da Ipiranga Distribuidora também foi destaque. Segundo operadores, as ações da
empresa foram trocadas entre
clientes do CSFB-Garantia, em
uma operação fechada. De acordo
com a Bovespa, os papéis fecharam o dia com alta de 135% e a
operação movimentou cerca de
R$ 20 milhões.
Texto Anterior: Para ex-secretário, disputa com só um candidato não foi surpresa Próximo Texto: O vaivém das commodities Índice
|