São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 2006

Próximo Texto | Índice

MERCADO ABERTO

Guilherme Barros

@ - guilherme.barros@uol.com.br

Diretor do Iedi vai para Ministério da Fazenda

Um dos maiores críticos da política monetária do Banco Central, o economista Júlio Sérgio Gomes de Almeida, atualmente diretor-executivo do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), será o mais novo integrante da equipe do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Ele irá ocupar o cargo de secretário de Política Econômica, vago desde que Bernard Appy saiu para ocupar a Secretaria-Executiva do ministério.
Num de seus últimos trabalhos para o Iedi, concluído na semana passada, Gomes de Almeida volta a atacar a sobrevalorização do câmbio e diz que essa situação já começa a provocar conseqüências dramáticas sobre a economia. Entre elas, a desindustrialização.
O economista diz que a causa fundamental dessa valorização está nos juros excessivamente elevados que são praticados no país. "Precisamos reduzir os juros ao lado da adoção de medidas de maior eficácia do que as ações até agora implementadas pelo BC em suas intervenções no mercado cambial."
No documento, que foi distribuído em Brasília, o economista chama a atenção para o processo de internacionalização que está ocorrendo no país. Ele diz que várias empresas brasileiras estão procurando em outros países as condições adequadas para produzir (em termos de câmbio, juros, tributação, infra-estrutura etc), as quais não encontram no Brasil.
A internacionalização estaria ocorrendo para compensar as perdas com a sobrevalorização cambial. "Ao invés de indicar um proveitoso e benéfico potencial empresarial brasileiro, a internacionalização das nossas empresas vem sendo ultimamente alimentada de forma crescente por uma motivação que reflete não nossas vantagens e pontos fortes, mas, sim, nossas fraquezas e artificiais desvantagens competitivas."
Gomes de Almeida contesta a afirmação de que a valorização cambial ainda não teve efeito negativo na economia. "Já teve, e muito, diga-se de passagem."
O economista afirma que, com a cotação do dólar perdendo rapidamente valor diante do real, o país está vivenciando um verdadeiro colapso da competitividade do produto nacional. Segundo ele, esse colapso ainda não se traduziu em queda do valor exportado porque os preços das commodities e a grande demanda de produtos básicos vêm beneficiando sobremaneira a manutenção do valor das vendas externas.
Gomes de Almeida afirma que, embora as repercussões negativas do câmbio valorizado já se façam presentes, pode haver conseqüências adversas muito mais graves, caso a situação não seja revertida. "Muitas empresas não renovarão seus contratos de exportação", diz.

OÁSIS MAIS DOCE
Depois de 40 anos de atividade, a Brunella passa a investir em centros de negócios. Acaba de abrir uma unidade no Centro Empresarial São Paulo, onde o espaço, segundo a executiva do grupo que administra a rede, Márcia Camargo, funciona como local para relaxamento. "A idéia é levar um pouco do espírito de confeitaria para um ambiente mais árido", diz. A estratégia é uma das mais importantes ações da nova administração, que pretende levar lojas da doçaria também a shoppings centers.

COMANDO INTEGRADO
Uma agência mais agressiva e multidisciplinar. Essa é a nova cara da McCann Erickson Brasil, pouco mais de seis meses depois da saída de Jens Olesen, que comandava a agência havia quase 30 anos. Uma das primeiras medidas foi a criação de grupos de trabalho com profissionais de diferentes disciplinas, como "advertising", internet e marketing direto, para a integração do trabalho, diz Adriana Cury, "chairwoman" e diretora-executiva de criação. A nova "filosofia", que objetiva explorar melhor cada canal, tem sido levada tão a sério que foi implantado ainda uma espécie de mesão no qual os diretores de cada área irão trabalhar, incluindo Adriana e Julio Castellanos, CEO da agência. Os primeiros resultados corroboram as mudanças: o faturamento subiu 15% no primeiro quadrimestre do ano, meta estipulada para ser atingida no final de 2006. "A receptividade tem sido unânime, os clientes hoje estão convencidos da necessidade e mais preparados para investir e trabalhar projetos em diferentes formas de comunicação", diz Castellanos.

RIO NA MODA
O Fashion Business, um dos maiores eventos de negócios de moda do país, prevê receber mais de 5.000 lojistas na próxima edição, de 6 a 11 de junho, no Rio. Mais de 150 grifes estarão presentes na Marina da Glória.

ONDA SAUDÁVEL
A onda da alimentação saudável continua. A Perdigão apresenta hoje ao mercado uma pizza produzida à base de carne de soja.

FLUXO MAIOR
Um ano após a Cúpula América do Sul/Países Árabes, o fluxo comercial entre o Brasil e as nações desse bloco atingiu US$ 11,2 bilhões no acumulado em 12 meses, alta de 35% em relação ao período imediatamente anterior, segundo a Câmara do Comércio Árabe Brasileira. Importações e exportações subiram também cerca de 35%, e o agronegócio continua como o "carro-chefe" nas vendas brasileiras aos árabes.

MAIS TENSÃO
Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência, aposta suas fichas na volta à TV para aumentar seus índices de intenção de voto, mas ainda não será nesta semana que a situação irá melhorar para o seu lado, destaca relatório do banco Santander. Já o presidente Lula conta com dois programas do PT: um hoje, em rede estadual, e outro na quinta-feira, em nacional. Alckmin terá uma chance no dia 29 deste mês, nos Estados, e em cadeia nacional, apenas no dia 22 de junho, durante a Copa.

GOVERNANÇA
Eduardo Bernini (AES Eletropaulo), Francisco Gros e Henri Reichstul (ex-Petrobras) serão alguns dos participantes de evento no dia 30, em SP, sobre governança corporativa em estatais, realizado pela GVlaw.

MATA ATLÂNTICA
Carlos Rodriguez, ex-ministro da Costa Rica, é um dos convidados da Fundação SOS Mata Atlântica para o Viva Mata, em comemoração ao Dia da Mata Atlântica, dos dias 26 a 28, em SP.


Próximo Texto: Trabalhador ganha cada vez menos ao se aposentar
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.