|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Investidor espera dados sobre inflação na semana
Cenário externo também concentra atenção do mercado
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de uma semana de
fortes perdas para o mercado
financeiro doméstico, a expectativa agora é que os próximos
dias sejam, pelo menos, de relativa estabilidade.
Os dados de inflação brasileira devem concentrar as atenções dos investidores locais. Do
exterior é esperado o teor de
novos discursos do presidente
do Fed (o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke.
É bom lembrar que a semana
passada foi tumultuada exatamente pelo cenário externo.
Como a ata da última reunião
do Fomc (o Copom do Fed),
que aconteceu no dia 10, só sairá no final do mês, o mercado
internacional não deverá ter
uma grande volatilidade nestes
dias -salvo se Bernanke disser
algo que faça com que analistas
e investidores interpretem que
existem riscos maiores de a taxa básica dos juros norte-americana seguir em alta.
Dentre os próximos indicadores brasileiros a serem conhecidos, hoje haverá a divulgação do resultado da balança
comercial na terceira semana
do mês. Também hoje será conhecida a segunda prévia do
IGP-M (Índice Geral de Preços
do Mercado) deste mês.
Os números da balança comercial são relevantes para
mostrar como anda o setor exportador. Isso por causa da cotação do dólar, que iniciou o
mês em patamar baixo.
Estudos mostram que o câmbio real (calculado a partir da
oscilação de uma cesta de moedas de países com os quais o
Brasil mantém forte comércio)
atingiu, no final do mês passado, seu mais baixo patamar
desde a metade da década de
90. Ou seja, o cenário cambial
atual não é dos mais favoráveis
para o setor exportador.
O dólar comercial fechou a
sexta-feira negociado a R$ 2,21,
com alta de 1,61%. Durante a
semana, a moeda norte-americana teve alta acumulada de
3,03% em relação ao real.
A atual turbulência do mercado financeiro começou a ganhar intensidade no último dia
10, com o comunicado que o
Fomc divulgou logo depois do
término da sua reunião. A nota
não foi clara, deixando dúvidas
em relação ao futuro dos juros
norte-americanos.
Queda da Bovespa
"A semana passada foi a pior
semana para a Bolsa de Valores
de São Paulo. O receio dos investidores quanto às próximas
decisões do Fed, os dados de inflação americana vindo acima
do esperado e as Bolsas internacionais realizando fortes lucros fizeram com que a Bovespa caísse bastante", afirma análise feita pela Link Corretora.
Aliado a tudo isso, muitos
fundos internacionais diminuíram suas posições em mercados emergentes por conta de
seus limites de risco.
Nesse cenário, os estrangeiros se desfizeram rapidamente
de ações de empresas brasileiras. O balanço da Bovespa mostra bem isso. No dia 10, as compras de ações realizadas com
capital externo neste mês superavam as vendas em R$ 1,027
bilhão. Já no dia 16, esse saldo
de negócios tinha sofrido expressiva redução, marcando
apenas R$ 147,54 milhões.
Neste mês, os estrangeiros
representam quase 40% dos
negócios realizados na Bovespa. Assim, fica mais fácil entender o motivo de a Bolsa ter caído tanto recentemente. Nos últimos oito dias, o mercado acionário doméstico registrou perdas em sete pregões.
Na sexta-feira, a Bovespa fechou com 37.732 pontos, bem
abaixo dos 41.979 pontos -seu
mais elevado patamar até hoje- registrados no dia 9.
"Apesar da perspectiva de
um ano bom para a Bolsa, acreditamos que, no curto prazo, teremos muita oscilação no mercado", diz a Link Corretora.
Texto Anterior: Valorização de moedas pressiona inflação Próximo Texto: DICAS FOLHAINVEST Papéis de teles lideram queda em semana ruim para a Bolsa Índice
|