São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 2006

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Investidor espera dados sobre inflação na semana

Cenário externo também concentra atenção do mercado

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de uma semana de fortes perdas para o mercado financeiro doméstico, a expectativa agora é que os próximos dias sejam, pelo menos, de relativa estabilidade.
Os dados de inflação brasileira devem concentrar as atenções dos investidores locais. Do exterior é esperado o teor de novos discursos do presidente do Fed (o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke. É bom lembrar que a semana passada foi tumultuada exatamente pelo cenário externo.
Como a ata da última reunião do Fomc (o Copom do Fed), que aconteceu no dia 10, só sairá no final do mês, o mercado internacional não deverá ter uma grande volatilidade nestes dias -salvo se Bernanke disser algo que faça com que analistas e investidores interpretem que existem riscos maiores de a taxa básica dos juros norte-americana seguir em alta.
Dentre os próximos indicadores brasileiros a serem conhecidos, hoje haverá a divulgação do resultado da balança comercial na terceira semana do mês. Também hoje será conhecida a segunda prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) deste mês.
Os números da balança comercial são relevantes para mostrar como anda o setor exportador. Isso por causa da cotação do dólar, que iniciou o mês em patamar baixo.
Estudos mostram que o câmbio real (calculado a partir da oscilação de uma cesta de moedas de países com os quais o Brasil mantém forte comércio) atingiu, no final do mês passado, seu mais baixo patamar desde a metade da década de 90. Ou seja, o cenário cambial atual não é dos mais favoráveis para o setor exportador.
O dólar comercial fechou a sexta-feira negociado a R$ 2,21, com alta de 1,61%. Durante a semana, a moeda norte-americana teve alta acumulada de 3,03% em relação ao real.
A atual turbulência do mercado financeiro começou a ganhar intensidade no último dia 10, com o comunicado que o Fomc divulgou logo depois do término da sua reunião. A nota não foi clara, deixando dúvidas em relação ao futuro dos juros norte-americanos.

Queda da Bovespa
"A semana passada foi a pior semana para a Bolsa de Valores de São Paulo. O receio dos investidores quanto às próximas decisões do Fed, os dados de inflação americana vindo acima do esperado e as Bolsas internacionais realizando fortes lucros fizeram com que a Bovespa caísse bastante", afirma análise feita pela Link Corretora.
Aliado a tudo isso, muitos fundos internacionais diminuíram suas posições em mercados emergentes por conta de seus limites de risco.
Nesse cenário, os estrangeiros se desfizeram rapidamente de ações de empresas brasileiras. O balanço da Bovespa mostra bem isso. No dia 10, as compras de ações realizadas com capital externo neste mês superavam as vendas em R$ 1,027 bilhão. Já no dia 16, esse saldo de negócios tinha sofrido expressiva redução, marcando apenas R$ 147,54 milhões.
Neste mês, os estrangeiros representam quase 40% dos negócios realizados na Bovespa. Assim, fica mais fácil entender o motivo de a Bolsa ter caído tanto recentemente. Nos últimos oito dias, o mercado acionário doméstico registrou perdas em sete pregões.
Na sexta-feira, a Bovespa fechou com 37.732 pontos, bem abaixo dos 41.979 pontos -seu mais elevado patamar até hoje- registrados no dia 9.
"Apesar da perspectiva de um ano bom para a Bolsa, acreditamos que, no curto prazo, teremos muita oscilação no mercado", diz a Link Corretora.


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