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Mecanização
eleva nível
de exigências
DA FOLHA RIBEIRÃO
O aumento no total de funcionários qualificados nas
usinas de açúcar e álcool não
ocorre só pela expansão das
unidades produtoras. O
avanço da mecanização nas
lavouras de todo o Estado está gerando uma procura, às
vezes não disponível no mercado, de trabalhadores especializados.
Na região de Ribeirão Preto, principal pólo sucroalcooleiro do país, o índice de
mecanização nas lavouras
chega a 70% -cada máquina
faz, em média, o trabalho de
cem homens.
No Estado, a média é inferior, 45%, mas mostra um
crescimento em relação ao
ano passado, quando estava
em 40%, segundo a Unica.
"As indústrias estão se automatizando e passam a exigir um profissional diferente, que tem que saber mexer
com computador e ter noções de inglês, até para conseguir operar as máquinas",
disse Mônika Bergamaschi,
diretora-executiva da Abag.
A demanda por qualificação no setor tende a aumentar, já que, na região de Ribeirão Preto, o crescimento da
área plantada não chega a 1%
ao ano, enquanto a mecanização, que teve o primeiro
avanço em 1993, chega ter
crescimento de 3% ao ano.
Treinamento
E as usinas já investem em
qualificação, como a Usina
da Pedra, em Serrana (SP).
Ali, desde o início do ano, um
grupo de 85 pessoas estagia
para assumir seus postos na
Ipê, filial da Pedra, que terá a
primeira safra em 2008.
Na usina, eles recebem,
além da moradia, três refeições diárias, ônibus para voltar aos municípios de origem
a cada três finais de semana e
um curso técnico em uma
universidade de Ribeirão
Preto, mais uma bolsa de ao
menos R$ 400 por mês.
"A intenção é aproveitar
100% da mão-de-obra treinada na nova usina", afirmou
o analista de recursos humanos da Pedra, Antonio Sergio
Marchiori. "A cidade inteira
participou da seleção de contratação", afirmou a estagiária Rosemar Carmona, 21,
que está se especializando no
laboratório da Pedra.
"A chance é muito boa, não
dava para perder. Lá, eu não
tinha oportunidade", afirmou o estagiário em tratamento de caldo Guilherme
Curbeti, 20, de Tupi Paulista.
Ricardo Santos, 29, atuava
numa usina de concretagem
de Andradina, mas hoje extrai caldo de cana, atividade
que pretende seguir em sua
carreira na nova usina. "A esperança é que eu aplique tudo lá. Temos que sair prontos
para tocar a usina."
(MT)
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