São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 2005

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INFRA-ESTRUTURA

Estrada que vai cortar a América do Sul liga o Brasil ao Peru; resultado de concorrência sai amanhã

Brasileiros disputam eixo Atlântico-Pacífico

JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

Cinco consórcios foram pré-qualificados ontem pelo governo peruano para a construção da Eixo Rodoviário Interoceânico Sul, estrada que corta o continente com a pretensão de ligar os oceanos Pacífico e Atlântico. Entre os interessados, estão quatro empresas brasileiras: Andrade Gutierrez, Queiróz Galvão, Camargo Corrêa e Odebrecht.
Além delas, disputam a licitação empreiteiras do México, do Peru, do Equador e da Suécia. O resultado será conhecido amanhã. Ganhará a concorrência quem oferecer um valor mais alto para explorar a concessão.
O Eixo Interoceânico tem 2.603 quilômetros de extensão e liga Peru e Brasil. O projeto tem a intenção de criar um corredor de exportação entre os portos de Santos, no litoral do Estado de São Paulo, e Ilo, Matarani e Marconi, na costa peruana.
Para tanto, segundo informações que constam no edital de concorrência, serão necessários investimentos da ordem de US$ 892 milhões, equivalentes a cerca de R$ 2,2 bilhões.
O projeto está dividido em cinco trechos. A pré-qualificação anunciada ontem vale para três, todos em território peruano: Urcos-Ponte Inambari; Puente Inambari-Inhapari e Ponte Inambari-Azángaro. Juntos, representam cerca de 1.009 quilômetros.
De acordo com o edital, o governo peruano está disposto a avalizar para os ganhadores uma linha de crédito com instituições multilaterais, no valor de US$ 200 milhões (mais ou menos R$ 500 milhões). O objetivo é garantir o início imediato das obras.

Prazo
A concessão do Eixo Interoceânico será outorgada por 25 anos. Quem ganhar a licitação levará consigo a responsabilidade pela construção, pela operação e pela manutenção da estrada.
O diretor-executivo da ProInversion, órgão peruano responsável pela licitação da obra, René Cornejo, informou que esse é o maior projeto de asfaltamento da história do Peru.
Segundo Cornejo, a execução do Eixo-Rodoviário atraiu vários interessados devido à magnitude do empreendimento.
O plano para levar adiante o corredor que liga os oceanos Pacífico e Atlântico foi lançado em 2004 pelos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Peru, Alejandro Toledo. A expectativa de ambos era o incremento do comércio sul-americano, além da facilitação das exportações dos dois países.

Os brasileiros
Dos consórcios pré-qualificados, um conta com três empresas brasileiras. É o Intersur, composto pelas empreiteiras Andrade Gutierrez, Queiróz Galvão e Camargo Corrêa.
Outro grupo é integrado pela brasileira Odebrecht, em parceria com os peruanos Grana y Montero, JJC Contratistas Generales e Ingenieros Civiles y Contratistas Generales.
A construtora sueca Skanska Bot uniu-se à mexicana Operación y Conservación de Autopistas Concesionadas. Outra companhia do México, a Ingenieros Civiles Asociados, preferiu disputar a concorrência sozinha.
Por fim, há os equatorianos Constructora Hidalgo y Hidalgo e Conorte, aliados à peruana Construcción y Administración.


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