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IBGE aponta estagnação no mercado de trabalho
Desemprego fica em 10,1% pelo 3º mês; instituto vê falta de dinamismo na economia
Economista do Ipea afirma que taxa ainda não cedeu porque cresceu número
de pessoas em busca de emprego; renda sobe 3,9%
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Em maio, pelo terceiro mês
consecutivo, a taxa de desemprego das principais regiões
metropolitanas do país ficou
estável em 10,1%, o que mostra
uma estagnação do mercado de
trabalho, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística). Em maio de 2006,
havia sido de 10,2%.
"A falta de dinamismo da
economia impede que sejam
geradas vagas suficientes para
reduzir a taxa de desocupação.
Vemos um mercado de trabalho que não apresentou nenhuma evolução nesses três meses", disse Cimar Azeredo Pereira, Coordenador da Pesquisa
Mensal de Emprego do IBGE.
De março para abril, o número de ocupados cresceu em 21
mil -0,1% a mais que em abril,
variação considerada estatisticamente estável pelo IBGE. O
número de desempregados não
se alterou nessa comparação.
Já ante maio de 2006, o emprego cresceu 2,7% (548 mil
pessoas), e o total de desempregados oscilou 2,3% -53 mil.
Pelo padrão histórico, já era
de esperar recuo em maio, se a
economia estivesse suficientemente aquecida, diz Pereira.
Segundo ele, o aumento da produção registrado pelos dados
do PIB do primeiro trimestre
(alta de 4,3%) ainda não se traduziu em contratações.
Andréia Parente Lameiras,
do Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), diz que a
taxa de desemprego não cedeu
nos últimos meses porque cresceu o número de pessoas em
busca de trabalho.
Segundo ela, a PEA (População Economicamente Ativa),
que abriga tanto ocupados como desempregados, aumentou
2,7% no acumulado de 2007,
num ritmo mais forte do que o
crescimento das pessoas em
idade para trabalhar (a partir
de dez anos) -2,1%. Em situações normais, os dois indicadores caminham juntos.
"Esse descompasso acontece
porque pessoas que estavam na
inatividade estão voltando a
procurar emprego, motivadas
especialmente pelo aumento
da renda e pela expectativa
mais positiva sobre o crescimento da economia. Mas o número de vagas não é suficiente
para cobrir a maior procura."
Segundo o IBGE, o rendimento subiu 3,9% em maio ante o mesmo mês de 2006. Sobre
abril, variou 0,3%. A renda média foi de R$ 1.120,30.
Lameiras disse ainda que o
inchaço da PEA pode ser explicado também pelo fato de os jovens não estarem sendo absorvidos. Segundo o IBGE, as pessoas na faixa de 16 a 24 representavam 45% dos desocupados em maio -2,314 milhões.
Para Azeredo Pereira, a falta
de dinamismo do mercado de
trabalho afeta mais os jovens,
que têm dificuldade de conseguir o primeiro emprego.
As contratações com carteira
assinada subiram 3,9% ante
maio de 2006 -mais 329 mil
pessoas. Já no caso dos sem-carteira, houve queda de 1,3%.
O aumento da formalização,
diz Azeredo Pereira, ocorre por
causa do aumento da fiscalização e do emprego em ramos
mais formais como serviços
prestados a empresas (que
agrupa bancos, consultorias e
prestadoras de serviços de manutenção, limpeza e outros).
Nesse setor, a ocupação subiu
9% ante maio de 2006.
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