São Paulo, segunda-feira, 22 de junho de 2009

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"Governo só beneficia os grandes", diz comerciante

Eduardo Anizelli/Folha Imagem
O comerciante Waldir Maia em sua pizzaria em São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de bancar a reforma de sua pizzaria, em 2005, com recursos próprios, pagos por meio de 12 cartões de crédito, Waldir do Couto Maia chegou a uma dívida de R$ 200 mil. Hoje parte de seu faturamento vai para o pagamento de juros, o que deixa a pizzaria sem capital para expandir o negócio.
"A reforma, estimada em R$ 60 mil, saiu por R$ 180 mil. Comprei material com vários cartões e hoje, anos depois, ainda pago a dívida. Mas nunca fui inadimplente", diz. "Agora surgiu oportunidade de crescer, comprando o imóvel vizinho, ampliando meu negócio e empregando mais gente. Mas com meu lucro tenho de pagar a dívida e não há como investir sem empréstimo."
Após procurar quatro bancos, ele tomou conhecimento de uma linha de crédito do BNDES, com juros menores. "Mas os bancos exigiam garantias altas, por causa da dívida, para viabilizar o crédito. E me ofereciam empréstimos deles, com juros de 8% ao mês. Se for assim, continuo me virando no cartão." O problema, diz, é que as medidas do governo têm sempre o mesmo destino: "atender os grandes". (CR)


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