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São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 2003

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Mercado ajudou na costura do modelo

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos nós do novo modelo para o setor elétrico -a concessão de garantias aos financiamentos de projetos e aos novos contratos de compra de energia pelas distribuidoras- contou com dedos do mercado financeiro para ser desatado. E poderá legar ao consumidor uma conta de R$ 13,3 bilhões, com a prorrogação do seguro-apagão.
O principal foco do modelo apresentado ontem pela ministra Dilma Rousseff, das Minas e Energia, ao CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), é a atração de novos investimentos em geração de energia.
O problema, porém, é como convencer bancos privados a financiar obras em um setor combalido, onde pelo menos três grandes distribuidoras -Eletropaulo, Light e Copel- vivem uma séria crise financeira, e, no setor de geração, a Cesp e a Eletrobrás enfrentam forte queda de demanda (e receitas) desde janeiro.
Para resolver tal equação, em meados de abril a ministra Dilma Rousseff pediu a colaboração de analistas do mercado para que o modelo em gestação tivesse aceitação por parte dos financiadores.
O resultado foi a estruturação de um modelo de "project finance" (financiamento de projetos), desenhado por especialistas do Unibanco, Bradesco e BBA Itaú, convidados pelo analista Sérgio Tamashiro, do Unibanco, a pedido da ministra.
O projeto, apresentado como "colaboração voluntária", segundo Tamashiro, foi incorporado ao novo modelo do setor elétrico. "O "project finance" torna qualquer projeto de geração, distribuição, construção de linhas de transmissão autofinanciável pelo setor", diz Tamashiro.
Por esse modelo, tanto os novos investimentos como os contratos de compra e venda de energia entre geradoras e distribuidoras seriam garantidos pelos "recebíveis" (as contas de luz) das empresas e por um fundo de liquidez formado com recursos do seguro-apagão.
Assim, esse "seguro", que acabaria em 2005, se estenderá até 2010, acumulando R$ 13,3 bilhões, que cobrirão eventuais calotes a bancos financiadores e de distribuidoras às geradoras.



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