São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 2005

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Medida eleva cotação das moedas asiáticas

DA REDAÇÃO

O abandono da vinculação do yuan à cotação do dólar desencadeou um processo de valorização das moedas asiáticas e levou a mudanças nos regimes cambiais de outros países da região.
A Malásia foi o primeiro a seguir a China e anunciou o fim do atrelamento ao dólar de sua moeda, o ringgit, e a adoção de um regime de flutuação.
No Japão, o iene registrou ontem a maior valorização em relação ao dólar em três anos, 2,1%. Na abertura do mercado japonês hoje, o iene continuava subindo. A Bolsa de Tóquio estava nesta manhã em queda, porém, já que a moeda mais cara pode diminuir a competitividade das exportações japonesas.
"A valorização do yuan implica que outros Bancos Centrais asiáticos poderão permitir um certo nível de alta em suas moedas", disse Osamu Takashima, analista-chefe em Tóquio do Bank of Tokyo-Mitsubishi, o segundo maior banco do Japão.
Na opinião de analistas do Bank of America e do JP Morgan Chase, o won da Coréia do Sul e o dólar de Taiwan são as moedas asiáticas que mais subirão após a China ter encerrado seu regime de câmbio fixo em relação ao dólar.
Em 2004, a China comprou 37% do total dos produtos exportados por Taiwan e 20% das vendas externas da Coréia do Sul, o que a torna o maior mercado externo dos dois países. As exportações respondem por quase 40% da economia sul-coreana e por cerca de metade do PIB de Taiwan.
"As autoridades sul-coreanas terão dificuldades em evitar a alta do won", disse Uwe Papart, estrategista-sênior do mercado do Bank of America de Hong Kong.
O diretor de Relações Internacionais do Fundo Monetário Internacional, Thomas Dawson, afirmou que a maior flexibilidade aumentará a capacidade do governo chinês de gerir a economia.
Já o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, avaliou que a mudança vai contribuir para a estabilidade financeira global. "A comunidade internacional considerou que o movimento em direção à maior flexibilidade é desejável para o melhor funcionamento da economia global", declarou.


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