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China retira dinheiro dos bancos para conter o PIB
Governo eleva depósito compulsório pela segunda vez em menos de dois meses
Economia chinesa teve expansão de 11,3% no segundo trimestre, o que reacendeu o temor de superaquecimento do país
DA BLOOMBERG
Pela segunda vez em menos
de dois meses, a China restringiu a concessão de empréstimos pelos bancos, a fim de conter a economia, que disparou
11,3% no segundo trimestre.
O Banco Popular da China,
nome oficial do banco central,
decidiu ontem elevar em 0,5
ponto percentual, para 8,5%, a
quantidade dos depósitos que
os bancos têm de recolher compulsoriamente ao BC.
A mudança entrará em vigor
no dia 15 de agosto. Imobilizados, esses recursos não podem
ser usados na concessão de crédito. A medida vai retirar de circulação US$ 18,8 bilhões, mesma quantia que já havia sido
"enxugada" no dia 16 de junho,
quando o banco central elevou
o depósito compulsório de
7,5% para 8%.
O governo chinês anunciou a
decisão três dias depois de divulgar o resultado do crescimento do PIB do segundo trimestre, o maior em 11 anos. Nos
primeiros seis meses de 2006, a
economia chinesa teve expansão de 10,9% e reacendeu a
preocupação com seu superaquecimento.
Dominado por instituições
estatais, o setor bancário tem
sido uma das principais fontes
de combustível para o forte
crescimento. Com enorme
quantidade de dinheiro em caixa, ele concede empréstimos a
baixo custo (a taxa de juros é de
5,85%) a outras estatais, que investem os recursos.
O problema é que muitos dos
projetos financiados pelos financiamentos são inviáveis do
pontos de vista econômico e
irão alimentar a enorme pilha
de créditos irrecuperáveis dos
bancos estatais chineses.
Os investimentos tiveram alta de 30,9% no segundo trimestre, em relação a igual período
de 2005. Com o aumento do depósito compulsório dos bancos,
o governo quer limitar a capacidade das instituições de conceder novos empréstimos.
"O banco central está ficando
mais agressivo do que antes",
disse Ma Jun, economista-chefe do Deutsche Bank AG em
Hong Kong. "O aperto vai continuar por pelo menos mais seis
meses", acrescentou.
O presidente do BC chinês,
Zhou Xiaochuan, vai drenar os
recursos dos bancos num momento em que o superávit comercial recorde inunda o país
de dinheiro e tensiona suas relações com os EUA e a Europa.
Zhou quer impedir que os
US$ 3,98 trilhões em depósitos
bancários chineses sejam emprestados para empresas e incorporadoras imobiliárias não-lucrativas, a fim de evitar falências, não-pagamento de empréstimos e inflação.
"O fato de eles terem tomado
essa medida duas vezes em curto prazo significa que eles estão
seguindo seriamente essa política", disse Huang Yiping, economista-chefe para a Ásia do
Citigroup em Hong Kong.
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