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Barreira a aves do RS gera perda de R$ 2,6 mi
Medida tomada por SC após identificação de foco de doença é criticada por gaúchos
Associação de produtores do RS vê "exagero" em
veto do Estado vizinho,
que promete adotar medidas mais flexíveis
CÍNTIA ACAYABA
DA AGÊNCIA FOLHA
As barreiras sanitárias impostas por Santa Catarina a
produtos avícolas do Rio Grande do Sul deram prejuízo de
cerca de R$ 2,6 milhões a criadores de aves gaúchos, segundo
avaliação da Asgav (Associação
Gaúcha de Avicultura).
As medidas foram tomadas
por Santa Catarina depois que
um foco da doença de Newcastle, que atinge as aves, foi descoberto em propriedade no
município gaúcho de Vale Real.
A Asgav qualifica como "exageradas" as medidas adotadas
por Santa Catarina diante do
foco de Newcastle registrado
em uma propriedade não industrial. "O Estado vizinho tem
o direito de mudar de atitude
quando uma doença é detectada, mas deve haver maior flexibilização", disse José Eduardo
dos Santos, secretário-executivo da Asgav.
De acordo com a associação,
desde o dia 5, quando começaram as restrições, o prejuízo do
setor avícola gaúcho é de R$ 2,6
milhões. Segundo os dados, 223
mil dúzias de ovos e 1,2 milhão
de pintos deixaram de ser enviados para Santa Catarina.
"Alguns produtores começaram a acumular ovos e material
genético [ovos férteis] nos estoques", afirmou Santos.
Depois de proibir totalmente
a passagem e o ingresso de aves
e produtos avícolas, o governo
de Santa Catarina liberou o
trânsito e a entrada de ovos,
carnes e produtos industrializados por três corredores sanitários. Aves vivas vindas do Rio
Grande do Sul continuam proibidas de transitar pelo Estado,
com exceção dos pintos de um
dia de galinhas e perus.
Ontem, a pedido do governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), o secretário de Estado da Agricultura e
Desenvolvimento Rural de
Santa Catarina, Felipe Luz, disse que iria editar uma portaria
para liberar a entrada de ovos
férteis no Estado. A liberação
deve ocorrer na segunda. "Com
essa medida, o prejuízo tende a
ser recuperado", disse Santos.
"A entrada de aves adultas
nunca será permitida. O prejuízo das avícolas gaúchas não me
sensibiliza, pois eu preciso defender Santa Catarina. O interesse das indústrias não pode
valer mais do que o interesse
coletivo", disse Luz.
Agora, os Estados do Sul,
maiores produtores e exportadores de aves do Brasil, trabalham pela implementação do
programa de regionalização sanitária da avicultura, a exemplo
do existente para a febre aftosa.
O programa visa preservar as
regiões não afetadas por uma
doença aviária e facilitar a erradicação de focos no país.
A doença de Newcastle ocorrera pela última vez no Brasil,
em 2001, em Nova Roma (GO).
O último registro da doença em
Santa Catarina foi em 1984.
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