São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 2008

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Brasil espera pouco de nova oferta dos EUA

DE GENEBRA

A expectativa de que a negociação na OMC produza avanços reais a partir de hoje aumentou com o anúncio de que os Estados Unidos farão nova proposta de redução de seus subsídios agrícolas. Mas a diplomacia brasileira espera pouco da nova oferta.
No documento em discussão em Genebra, o teto máximo permitido para a ajuda da Casa Branca a seus fazendeiros está entre US$ 13 bilhões e US$ 16,4 bilhões por ano. Os países em desenvolvimento, porém, dizem que o corte é ilusório, já que mesmo o número menor seria quase duas vezes o valor dos subsídios concedidos nos EUA em 2007, de cerca de US$ 7 bilhões. Permitiria, portanto, um aumento, em vez de uma redução.
"Queremos desempenhar uma liderança nesta Rodada e faremos a melhor proposta possível", disse a representante do Comércio dos EUA, Susan Schwab, que cobrou uma contrapartida dos países emergentes na forma de cortes mais substanciais em suas tarifas industriais.
Roberto Azevedo, principal negociador do Brasil na OMC, não quis arriscar um palpite sobre a proposta que Schwab fará hoje, mas não escondeu seu ceticismo. "Certamente não será a que nós queremos", disse.
A relutância dos países ricos em reduzir seu protecionismo agrícola é apontada pelo Brasil e outras nações emergentes como o principal obstáculo para um acordo em Doha. Com a disparada dos preços das matérias-primas, esperava-se que o argumento em favor dos subsídios perderia força nos EUA.
Não foi o que ocorreu. Recente aprovação da Lei Agrícola pelo Congresso americano prevê concessão de cerca de US$ 300 bilhões pelos próximos cinco anos. (MN)


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