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Apesar de arrecadar mais, INSS vê rombo
crescer 11% no ano
Despesas com pagamento de benefícios superam
receitas em R$ 21,54 bilhões no primeiro semestre
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar do aumento de arrecadação do INSS, o crescimento dos gastos elevou o déficit da
Previdência Social no primeiro
semestre deste ano. As contas
foram afetadas, principalmente, porque os benefícios de até
um salário mínimo tiveram
reajuste acima da inflação.
De janeiro a junho, o rombo
do INSS cresceu 10,7%, já descontada a inflação medida pelo
INPC (índice que mede a inflação para a baixa renda).
O Ministério da Previdência
Social justifica que o volume de
decisões da Justiça contrárias
ao governo, que obrigaram o
pagamento de indenizações, foi
maior do que o esperado. Essas
sentenças judiciais aumentam
as despesas do INSS e, consequentemente, elevam o déficit.
No primeiro semestre deste
ano, as contas da Previdência
fecharam no vermelho em R$
21,54 bilhões. No período, a arrecadação cresceu 5,4%, somando R$ 82,88 bilhões. Mas
as despesas aumentaram 6,5%,
para R$ 104,28 bilhões.
Outra justificativa para o aumento dos gastos foi a antecipação do reajuste dos benefícios em um mês. No ano passado, o aumento foi concedido
em março, mas neste ano foi
em fevereiro. O impacto nas
contas foi de R$ 900 milhões.
No mês passado, o déficit
também aumentou 12,5% em
relação a junho de 2008.
Para o segundo semestre, o
governo espera maior equilíbrio das contas, com o aumento
do número de pessoas com carteira assinada no país.
"A perspectiva do segundo
semestre é que o mercado de
trabalho permaneça nessa tendência [de melhora]", disse o
secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer.
Por causa da previsão de melhora do mercado de trabalho
de julho a agosto, o governo
acredita que o déficit da Previdência Social vá cair até o fim
do ano, se comparado com o
ritmo registrado nos seis primeiros meses de 2009.
Pela nova projeção das contas previdenciárias -incluída
no relatório bimestral de reavaliação do Orçamento, publicado na segunda-feira-, o déficit
do INSS deve ficar em R$ 40,78
bilhões neste ano. Se o número
se confirmar, haverá aumento
de 6,73% sobre 2008.
A única mudança na reavaliação do Orçamento foi a melhor
perspectiva sobre a arrecadação do INSS. Para as despesas, a
expectativa continua a mesma.
Pela nova projeção, a Previdência terá uma receita líquida
R$ 2 bilhões maior do que o
previsto no início do ano. Esse é
o movimento contrário das demais fontes de arrecadação do
setor público. Schwarzer explica que a base da cobrança da
contribuição previdenciária -a
folha de salários- se manteve
estável mesmo com a crise.
"A folha salarial se mostrou
mais estável. As empresas postergaram ao máximo a decisão
de demitir na crise. As demissões registradas em dezembro
eram, na maioria, de contratos
temporários", disse Schwarzer.
Ele admite, porém, que o aumento da arrecadação não será
suficiente para conter o déficit.
A previsão do governo incluída no Orçamento era gastar R$
6,1 bilhões o ano todo com indenizações de sentenças judiciais. Mas até o meio do ano já
saíram do caixa da Previdência
R$ 4,276 bilhões depois de o governo perder ações na Justiça.
Por outro lado, o governo estima receber em torno de R$
9,6 bilhões de empresas que devem à Previdência Social.
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