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Petrobras pode assumir todos os blocos do pré-sal, diz Dilma
Em Washington, ministra afirma que modelo preferido será de partilha
Brasileira e grupo de empresários se encontram em Washington com Obama, que deve visitar o Brasil em agosto próximo
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
A maior parte do dinheiro do
pré-sal ficará no Brasil. A promessa é da ministra-chefe da
Casa Civil, Dilma Rousseff, durante visita a Washington.
Falando sobre o novo marco
regulatório para a exploração
dos campos petrolíferos brasileiros, ela disse ainda que a Petrobras tem condições de assumir o controle de todos os blocos e que o modelo preferido de
exploração será o de partilha
-as petroleiras terão de entregar uma parcela mínima do
óleo extraído à estatal que será
criada para gerenciar o pré-sal.
Indagada sobre se isso não
afastaria os investidores estrangeiros, disse que as petrolíferas são atraídas pelas reservas do pré-sal porque são grandes, situadas num país estável.
"Então, não estamos nem um
pouco preocupados se um investidor não vai estar interessado em explorar; ele vai."
Sobre o novo marco, que ela e
o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) pretendem entregar ao presidente Lula até
agosto, disse que não daria detalhes, Ainda assim, comentou
indiretamente alguns aspectos
que podem estar no projeto. "O
investidor sabe que, quando é
baixo o risco e elevada a rentabilidade, os contratos mudam,
não são mais contratos de concessão, se tornam híbridos."
Depois de dizer que eram
bem-vindas ao processo empresas privadas brasileiras e
privadas e estatais estrangeiras, ressaltou que a condução
será do governo. "Essa condução, clara, é a seguinte: as reservas brasileiras, em sua maioria,
transformar-se-ão em riquezas
para o povo brasileiro." Além
disso, será escolhido um modelo "que não é o tradicional dos
países que hoje fazem contratação de serviços: preferimos o
modelo de partilha".
Questionada se a Petrobras
daria conta de controlar todos
os blocos, disse que a estatal
tem sido no Brasil "o sonho de
operação de todas as empresas
privadas". E ressaltou: "A questão da operação é estratégica".
Dilma, candidata de Lula para sua sucessão, estava em
Washington para a quarta reunião do fórum de CEOs. À tarde, enquanto o grupo se reunia
na sala do assessor de Segurança Nacional obamista, James
Jones, o presidente Barack
Obama apareceu no local.
Segundo relatos, ele foi simpático, mas protocolar. Perguntou aos empresários as
principais dificuldades nas relações bilaterais. Disse que o
país era parceiro estratégico
não só em questões bilaterais
mas também em regionais e
globais e ressaltou a intenção
de aprofundar a colaboração
em biocombustíveis, na ajuda à
África e ao Haiti e no combate à
mudança climática.
E, segundo a própria Dilma,
reforçou o apreço por Lula,
com quem se encontrou quatro
vezes desde eleito e falou outro
tanto ao telefone. Ele evitou
dar uma data da visita que disse
que fará ao Brasil, mas James
Jones confirmou que irá ao
país no início de agosto.
Na noite anterior, o economista-chefe da Casa Branca,
Larry Summers, havia oferecido jantar a Dilma, ao ministro
Miguel Jorge e aos empresários. Segundo presentes, Summers se comprometeu em evitar o protecionismo. Dilma e Jorge seriam recebidos ontem
ainda pelo secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner.
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