|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIZINHO 1
Planalto diz que "não vai rasgar dinheiro" no acordo de Itaipu
SIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva desconversou
ontem em relação à proposta
que levará ao governo do Paraguai sobre Itaipu, mas coube ao seu assessor internacional, Marco Aurélio Garcia, dizer que qualquer discussão com o país vizinho sobre o tema não prejudicará o
consumidor brasileiro.
Segundo Garcia, o Brasil é
"sensível às demandas de caráter político e concreto" do
paraguaio Fernando Lugo e
que qualquer proposta apresentada levará em conta o interesse nacional.
"Não faríamos uma proposta que fosse incapaz de
ser aceita do lado de lá [Paraguai] e que onerasse o Brasil
de forma especial. De qualquer maneira, uma coisa deve ficar clara: o governo brasileiro não está disposto a
rasgar dinheiro e atirá-lo pela janela", afirmou.
Garcia disse que o Brasil
não irá propor nenhuma alteração no tratado, mas que
não pode governar olhando
apenas para o seu umbigo.
"O Brasil se vê cada vez
mais confrontado com responsabilidades internacionais e isso tem que ser levado
a sério. Temos que olhar para
o nosso umbigo, mas olhar
para o entorno que temos."
Segundo o assessor, o governo tem preocupação com
a segurança energética e não
tomará nenhuma decisão
que comprometa a política
de longo prazo na área.
"Tanto Itaipu como a política energética do gás não foram feitas por nós, mas temos que administrá-las de forma responsável", disse.
Lula afirmou que ainda
não há nenhuma proposta
pronta e que quer trabalhar
com tranquilidade com o Paraguai. "Às vezes fico preocupado porque, lendo a imprensa, a gente vê acordo de que eu nem participei."
Garcia se reúne hoje em
Assunção com Lugo para discutir preliminarmente as
ideias do governo brasileiro
quanto à usina de Itaipu. Lula viaja amanhã à noite para o
Paraguai. Na sexta, participará de reunião do Mercosul
e no sábado conversa com
Lugo sobre a empresa.
Texto Anterior: Empresários dos EUA condenam tarifa ao etanol Próximo Texto: Vizinho 2: Argentina reforça controle contra a saída de capitais Índice
|