São Paulo, quarta-feira, 22 de julho de 2009

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VIZINHO 1

Planalto diz que "não vai rasgar dinheiro" no acordo de Itaipu

SIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desconversou ontem em relação à proposta que levará ao governo do Paraguai sobre Itaipu, mas coube ao seu assessor internacional, Marco Aurélio Garcia, dizer que qualquer discussão com o país vizinho sobre o tema não prejudicará o consumidor brasileiro.
Segundo Garcia, o Brasil é "sensível às demandas de caráter político e concreto" do paraguaio Fernando Lugo e que qualquer proposta apresentada levará em conta o interesse nacional.
"Não faríamos uma proposta que fosse incapaz de ser aceita do lado de lá [Paraguai] e que onerasse o Brasil de forma especial. De qualquer maneira, uma coisa deve ficar clara: o governo brasileiro não está disposto a rasgar dinheiro e atirá-lo pela janela", afirmou.
Garcia disse que o Brasil não irá propor nenhuma alteração no tratado, mas que não pode governar olhando apenas para o seu umbigo.
"O Brasil se vê cada vez mais confrontado com responsabilidades internacionais e isso tem que ser levado a sério. Temos que olhar para o nosso umbigo, mas olhar para o entorno que temos."
Segundo o assessor, o governo tem preocupação com a segurança energética e não tomará nenhuma decisão que comprometa a política de longo prazo na área.
"Tanto Itaipu como a política energética do gás não foram feitas por nós, mas temos que administrá-las de forma responsável", disse.
Lula afirmou que ainda não há nenhuma proposta pronta e que quer trabalhar com tranquilidade com o Paraguai. "Às vezes fico preocupado porque, lendo a imprensa, a gente vê acordo de que eu nem participei."
Garcia se reúne hoje em Assunção com Lugo para discutir preliminarmente as ideias do governo brasileiro quanto à usina de Itaipu. Lula viaja amanhã à noite para o Paraguai. Na sexta, participará de reunião do Mercosul e no sábado conversa com Lugo sobre a empresa.


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