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CONTAS EXTERNAS
Balança comercial leva saldo nas transações correntes a 0,57% do PIB nos últimos 12 meses encerrados em julho
País tem maior superávit externo desde 94
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil registrou o melhor resultado nas suas contas externas
desde agosto de 1994, segundo o
Banco Central. Nos últimos 12
meses encerrados em julho, a
conta de transações correntes
-um dos indicadores da vulnerabilidade externa de um país-
ficou positiva em US$ 2,568 bilhões, o que equivale a 0,57% do
PIB (Produto Interno Bruto).
A melhoria nas contas se deve
sobretudo ao desempenho da balança comercial, que tem registrado saldos recordes. De janeiro a
julho, o superávit acumulado é de
US$ 12,454 bilhões.
A conta de transações correntes
reflete todas as negociações de
bens e serviços feitas entre o Brasil
e o exterior. Inclui a balança comercial (exportações menos importações), a balança de serviços
(pagamento de juros, turismo e
remessas de lucros, entre outros)
e as transferências unilaterais (dinheiro enviado ao Brasil por residentes no exterior e vice-versa).
Quando um país compra do exterior mais do que vende, acaba
com déficit na sua conta de transações correntes. Esse déficit, por
sua vez, precisa ser financiado por
meio de empréstimos contraídos
no exterior ou com o ingresso de
investimentos estrangeiros. Daí a
sua utilização como indicador da
vulnerabilidade externa: quanto
maior o déficit, mais dependente
de capital estrangeiro é o país.
No caso do Brasil, o superávit
em conta corrente só foi alcançado por causa dos elevados saldos
comerciais registrados desde o
ano passado. Com a desvalorização do real, o preço dos produtos
brasileiros em dólar ficou mais
baixo, o que tornou as exportações mais competitivas.
A alta do dólar também desestimula os brasileiros a comprar
produtos estrangeiros. Além disso, o desaquecimento da economia faz empresas reduzirem sua
produção, o que diminui a procura por matéria-prima importada.
O superávit da balança comercial passou de US$ 3,790 bilhões,
entre janeiro e julho de 2002, para
US$ 12,454 bilhões, no mesmo período deste ano. Assim, a conta de
transações correntes -tradicionalmente deficitária, devido aos
elevados gastos com juros da dívida externa- ficou positiva.
Em 2002, o Brasil enfrentou
problemas para obter financiamentos externos. Com a proximidade das eleições, muitos bancos
deixaram de emprestar ao país, o
que obrigou algumas empresas a
mandar dólares ao exterior para
honrar seus compromissos, em
vez de só renová-los.
Neste ano, a situação melhorou.
Entre janeiro e julho, o setor privado renovou 106% das dívidas
que venceram no período, ante
43% no mesmo período de 2002.
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