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São Paulo, sexta-feira, 22 de agosto de 2003

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CONTAS EXTERNAS

Balança comercial leva saldo nas transações correntes a 0,57% do PIB nos últimos 12 meses encerrados em julho

País tem maior superávit externo desde 94

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil registrou o melhor resultado nas suas contas externas desde agosto de 1994, segundo o Banco Central. Nos últimos 12 meses encerrados em julho, a conta de transações correntes -um dos indicadores da vulnerabilidade externa de um país- ficou positiva em US$ 2,568 bilhões, o que equivale a 0,57% do PIB (Produto Interno Bruto).
A melhoria nas contas se deve sobretudo ao desempenho da balança comercial, que tem registrado saldos recordes. De janeiro a julho, o superávit acumulado é de US$ 12,454 bilhões.
A conta de transações correntes reflete todas as negociações de bens e serviços feitas entre o Brasil e o exterior. Inclui a balança comercial (exportações menos importações), a balança de serviços (pagamento de juros, turismo e remessas de lucros, entre outros) e as transferências unilaterais (dinheiro enviado ao Brasil por residentes no exterior e vice-versa).
Quando um país compra do exterior mais do que vende, acaba com déficit na sua conta de transações correntes. Esse déficit, por sua vez, precisa ser financiado por meio de empréstimos contraídos no exterior ou com o ingresso de investimentos estrangeiros. Daí a sua utilização como indicador da vulnerabilidade externa: quanto maior o déficit, mais dependente de capital estrangeiro é o país.
No caso do Brasil, o superávit em conta corrente só foi alcançado por causa dos elevados saldos comerciais registrados desde o ano passado. Com a desvalorização do real, o preço dos produtos brasileiros em dólar ficou mais baixo, o que tornou as exportações mais competitivas.
A alta do dólar também desestimula os brasileiros a comprar produtos estrangeiros. Além disso, o desaquecimento da economia faz empresas reduzirem sua produção, o que diminui a procura por matéria-prima importada.
O superávit da balança comercial passou de US$ 3,790 bilhões, entre janeiro e julho de 2002, para US$ 12,454 bilhões, no mesmo período deste ano. Assim, a conta de transações correntes -tradicionalmente deficitária, devido aos elevados gastos com juros da dívida externa- ficou positiva.
Em 2002, o Brasil enfrentou problemas para obter financiamentos externos. Com a proximidade das eleições, muitos bancos deixaram de emprestar ao país, o que obrigou algumas empresas a mandar dólares ao exterior para honrar seus compromissos, em vez de só renová-los.
Neste ano, a situação melhorou. Entre janeiro e julho, o setor privado renovou 106% das dívidas que venceram no período, ante 43% no mesmo período de 2002.


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