|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CURTO-CIRCUITO
BNDES dá 1º passo para leilão da Eletropaulo
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
A diretoria do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) aprovou
nesta semana a minuta do edital
de licitação para a escolha das
consultorias que irão avaliar as
ações ordinárias da Eletropaulo,
que o banco quer levar a leilão.
As ações pertencem à AES Elpa,
subsidiária da americana AES que
deve ao banco cerca de US$ 600
milhões e está inadimplente.
A aprovação da minuta é o primeiro passo concreto do BNDES
para levar adiante a decisão,
anunciada em maio deste ano, de
cobrar extrajudicialmente a dívida da AES Elpa, ao leiloar o equivalente a 74,88% das ações ordinárias (capital votante) da Eletropaulo. As ações foram compradas
pela AES em leilão de privatização
realizado em abril de 1998.
Segundo a Folha apurou, a minuta passa por uma revisão completa da área jurídica do banco estatal. A direção do BNDES quer
fechar ao máximo as brechas no
texto que possam propiciar argumentos para que a AES conteste
judicialmente a iniciativa.
O BNDES decidiu leiloar as
ações ordinárias da Eletropaulo
com base em disposições do contrato de financiamento assinado
em 1998 que, segundo os advogados do banco, dão espaço para o
leilão das ações sem necessidade
de processo de cobrança judicial.
A intenção do banco é fazer
uma venda nos moldes dos leilões
do Programa Nacional de Desestatização. O primeiro passo é a
contratação de duas consultorias
para que elas façam avaliações
econômico-financeiras das ações.
O passo seguinte é a publicação
do edital de venda, fixando uma
data e as regras para o leilão.
A dívida da AES com o BNDES,
por conta da compra de ações da
Eletropaulo, é de aproximadamente US$ 1,2 bilhão. A metade
tem como titular a AES Elpa. A
outra metade é da AES Transgás e
foi contraída em 2000 para a compra de 64,5% das ações preferenciais (sem direito a voto) da distribuidora de energia elétrica.
O grupo americano está inadimplente nos dois casos. Em
abril, o BNDES anunciou que iria
colocar em leilão as ações preferenciais da Eletropaulo, atualmente sob custódia da CBLC (Câmara Brasileira de Liquidação e
Custódia).
Até agora não foi marcada uma
data para o leilão. A especulação
no mercado é que o BNDES não
leva o leilão adiante porque, ao
preço atual das ações preferenciais da Eletropaulo (em torno de
R$ 25), não iria recuperar nem a
terça parte do que tem a receber.
Texto Anterior: Outro lado: "Decisão sobre impedimento é de foro íntimo" Próximo Texto: Vôo errático: Mercado dos EUA já fala em alta nos juros Índice
|