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MS e Paraguai selam acordo para combate à febre aftosa
Ação conjunta será realizada na região de fronteira, ainda considerada de risco
Acordo deverá pôr fim a conflito diplomático entre os dois países, depois que o secretário de MS disse que há aftosa do lado paraguaio
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O governador de Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda
dos Santos, o Zeca do PT, e o
presidente do Senacsa (Serviço
Nacional de Qualidade e Saúde
Animal) do Paraguai, Hugo
Corrales, fecharam ontem um
acordo em Campo Grande para
combate conjunto da febre aftosa na região de fronteira.
O entendimento deve pôr
fim ao conflito diplomático entre o Brasil e o Paraguai que
surgiu neste mês, quando o secretário estadual de Produção
de Mato Grosso do Sul, João
Cavalléro, disse acreditar que
há aftosa do lado paraguaio.
O Ministério das Relações
Exteriores do Paraguai queixou-se ao Itamaraty. O governo
paraguaio diz que desde julho
de 2003 não existem focos da
doença em seu país, que tem 10
milhões de bovinos.
Mato Grosso do Sul, onde há
um rebanho de 25 milhões de
animais, registrou, em outubro
de 2005, um foco de aftosa na
região de fronteira. Três municípios -Japorã, Eldorado e
Mundo Novo- ainda continuam como área de risco.
"Creio que está tudo superado. Deveríamos evitar que
aconteçam problemas diplomáticos por rumores de políticos e produtores da fronteira.
Nós temos que assumir o compromisso de evitar a desconfiança entre vizinhos", disse
Corrales.
Cavalléro foi na mesma linha. "Acho que a fase de acusação passou, tanto que eles vieram buscar um entendimento
com a gente."
Conforme o presidente do
Senacsa, ficou acertado com o
governador que o Brasil e o Paraguai vão iniciar acordos sanitários já assinados, mas ainda
não colocados em prática. Zeca
se comprometeu a marcar uma
reunião com o presidente Lula
até o fim do mês.
Ainda conforme Corrales, o
acordo discutido ontem está
baseado em cinco pontos: mapeamento das propriedades;
cadastro das fazendas e animais na fronteira; identificação
individual dos animais, com
brincos diferentes para os do
Paraguai e do Brasil; sistema de
vacinação no mesmo período
com assistência mútua do Paraguai e Brasil; e registro de
animais vacinados de forma
que os serviços sanitários dos
dois países tenham informações até sobre a venda de gado.
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