DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) reconheceu que a relatoria da indicação de Arthur Badin para a presidência do Cade é polêmica. Disse que a área tem "muitos interesses". Uma das empresas contrárias a Badin, a Vale doou R$ 100 mil à campanha de Azeredo em 2002. "Isso [a doação] não altera meu posicionamento", disse.

 

FOLHA - Qual impressão o senhor tem de Arthur Badin?
EDUARDO AZEREDO - Nada de especial. Vou analisar as informações que chegarem. Em junho, eu estive com ele. Ele explicou as questões do Cade, falou sobre a crença na concorrência.

FOLHA - Como assim?
AZEREDO - O Cade tem de defender a livre concorrência. Eu vou voltar a falar com ele [Badin] para analisar o processo.

FOLHA - Como o senhor vê essas mudanças de relator?
AZEREDO - Eu sei que tem alguma polêmica, mas alguém tem de assumir essa função.

FOLHA - Por que o senhor acha que existe essa polêmica?
AZEREDO - Porque é uma área que tem muitos interesses.

FOLHA - Que interesses? Das grandes corporações?
AZEREDO - O Cade é um órgão da maior importância para regular a livre concorrência, evitando os monopólios que são sempre danosos à população.

FOLHA - O senhor acredita que, em alguma medida, Badin tenha agido de forma dura contra isso?
AZEREDO - Eu não quero fazer pré-análise. A minha convicção é que o Cade é muito importante. Deve mediar conflitos.

FOLHA - Seu nome tem apoio do Ministério da Justiça?
AZEREDO - Só o Mercadante pode falar. Mas eu sou, evidentemente, uma pessoa experiente.

FOLHA - Alguém da oposição procurou o senhor para comentar a respeito dele?
AZEREDO - Já conversei com o Arthur Virgílio [líder do PSDB] e ele não fez restrição.

FOLHA - A Vale tem pressionado contra a indicação de Badin e é uma grande doadora em campanhas eleitorais. O senhor acha que isso atrapalha o processo?
AZEREDO - Para mim, não altera nada.


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