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VELHO CONHECIDO
Ex-executivo teve papel fundamental na negociação da dívida brasileira na década de 80
John Reed, ex-Citi, assume a Bolsa de NY
DA REDAÇÃO
O conselho de administração
da NYSE, a Bolsa de Nova York,
nomeou ontem como presidente interino John Reed, que entre
1984 e 1998 foi o principal executivo do Citigroup, maior conglomerado financeiro do mundo.
Reed, 64, assumirá o posto no
próximo dia 30 em substituição
a Richard Grasso. Este renunciou na última quarta-feira, submergido em um escândalo depois que se tornou público que
recebera no mês passado um pacote anual de US$ 139,5 milhões
em comissões, benefícios e salários -mesmo legais, eles foram
considerados excessivos por
fundos de pensão e empresas,
que pressionaram pela saída do
presidente. Reed declarou que
receberá o salário simbólico de
US$ 1 para ocupar a função.
Não é exagero afirmar que
Reed teve papel fundamental na
economia brasileira nos anos 80.
Coube a ele conduzir, pelo lado
dos credores privados, as negociações com o governo de José
Sarney depois do calote da dívida em 1987. À época, o Citicorp
era o maior credor privado do
país, com US$ 3,9 bilhões em títulos da dívida brasileira.
Reed ingressou no grupo em
1965. Como CEO (executivo
mais importante) do Citicorp e
do Citibank, participou da fusão
com o Travelers Group em 1998.
Aposentou-se da companhia em
abril de 2000, ao sair derrotado
em uma disputa interna de poder com o executivo Sanford
Weill e o ex-secretário do Tesouro dos EUA Robert Rubin.
""Minha prioridade será garantir a eficácia do conselho de administração. As reformas que
proporemos para a gestão da
NYSE são cruciais neste momento", disse em uma conferência telefônica desde a França, onde passa férias. ""Acompanhei
crises (de credibilidade) semelhantes a essa que a Bolsa atravessa e sei claramente que não
interessam a ninguém", completou. Desde a aposentadoria do
Citigroup, dava aulas no MIT e
em Princeton. Para assumir o
cargo, terá que se afastar do conselho de administração de uma
série de empresas.
John Reed afirmou que pretende nomear um presidente
permanente para a NYSE ""em
meses, e não anos". E sustentou
não ser candidato a ficar de forma permanente ao cargo. Antes
dele, pelo menos cinco outros
nomes declinaram do convite da
comissão de recrutamento instalada para encontrar um substituto para Grasso. A direção da
Bolsa chegou a cogitar os nomes
do megainvestidor Warren Buffet e da ex-secretária de Estado
Madeleine Albright.
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