São Paulo, quinta-feira, 22 de setembro de 2005

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MERCADO ABERTO

Previ nega afirmações de Dantas

Sérgio Rosa e Luís Tarquínio, presidente e ex-presidente da Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil), negaram a afirmação feita por Daniel Dantas durante seu depoimento ontem na CPI de que eles tivessem feito pressão para a BrT (Brasil Telecom) comprar a CRT (Companhia Riograndense de Telecomunicações) por um preço que fosse prejudicial aos interesses do fundo.
Dantas disse ter participado de reunião no início de 2000 com Tarquínio, que presidia a Previ, e Rosa, então diretor de participações, na qual os dois teriam defendido a compra da CRT pela BrT por um preço maior do que o ofertado pelo Opportunity. Os dois negam.
A CRT, empresa de telefonia do Rio Grande do Sul, foi comprada pela Brasil Telecom, em 2000, por US$ 800 milhões -valor, diz Dantas, muito superior ao defendido pelo Opportunity. Dantas disse ter oferecido US$ 730 milhões, mas que estava tentando comprar a empresa por um valor ainda menor, entre US$ 550 milhões e US$ 600 milhões. Até que, segundo Dantas, por pressão do governo e dos fundos, o negócio foi fechado nas dependências da Anatel.
Tarquínio disse que, em todas as reuniões nas quais esteve presente, nenhum representante do Opportunity contestou o valor. Ele se lembra de ter participado de duas reuniões de conselho da BrT, em 2000, e o preço do negócio foi ratificado sem ressalvas.
Ele disse que isso pode ser comprovado facilmente pelas atas dessas reuniões. Rosa confirma a versão de Tarquínio.
Rosa também nega a afirmação de Dantas de que existia um acordo que protegia os fundos de pensão se qualquer um deles decidisse sair de um dos investimentos feitos com o Opportunity. O presidente da Previ afirma que os fundos de pensão nunca foram informados desse acordo até a destituição do Opportunity, no final de 2003.

A ECONOMIA É CLARA
Famoso pelas atuações como árbitro de futebol e, há 16 anos, como comentarista de TV, Arnaldo Cezar Coelho tem ainda um lado empresarial. Há 20 anos, está à frente da corretora Liquidez, uma das maiores na BM&F. "O futebol ajudou muito meu negócio. No mercado financeiro, a credibilidade é essencial, e a arbitragem me deu isso." Em breve, a Liquidez passa a ocupar um escritório de 800 m2 na Faria Lima. O futebol também o ajudou porque permitia que ele visitasse clientes nas viagens para arbitrar. Arnaldo não se furta a tecer comentários sobre economia. "Se todo mundo pode opinar sobre futebol, por que eu não falaria de economia?" Para ele, os brasileiros deveriam confiar na economia. "Lá fora, os estrangeiros confiam no Brasil. É só ver a receptividade que os títulos lançados pelo governo tiveram no exterior", diz Arnaldo, que entrou no mercado financeiro há 35 anos como corretor.

MENOS PIRATAS
O mercado brasileiro de computadores começa a se recuperar ante a competição com os fabricantes ilegais. Segundo a Abinee (associação da indústria de elétrica e eletrônica), entre as razões para o bom resultado está a intensificação das ações da Receita e da Polícia Federal no combate ao contrabando e à importação ilegal de insumos. A entidade acredita que o setor de PCs deva crescer pelo menos 15% anuais, nos próximos três anos.

RUA DE NEGÓCIOS
Abram Szajman, presidente da Fecomercio SP, recebe hoje o prefeito José Serra, na sede da entidade, para o lançamento do conselho de ruas comerciais. Presidido pelo economista Felippe Naufel, o conselho terá a proposta de integrar os comerciantes em prol da revitalização dessas ruas. Naufel é o coordenador do programa de ruas comerciais da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras de São Paulo e foi responsável pelas mudanças da rua João Cachoeira, no Itaim.

À ITALIANA
O empresariado italiano se encontra hoje à noite na Sociedade Hípica Paulista para a entrega do prêmio Americo Vespucci, concedido àqueles que mais cooperaram para estreitar os laços entre Brasil e Itália. Estarão presentes executivos de grupo empresariais como Generali, Ferreiro, Pirelli, Alitalia, Fiat e Papaiz. Neste ano, os premiados são o empresário Ernesto Illy e Guido Mantega (BNDES), pelos financiamentos de projetos empresariais italianos no Brasil.

APOIO TÁTICO
O Veirano Advogados, primeira banca brasileira a assessorar o governo em conflitos na OMC, fará parte da delegação que acompanhará o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, em viagem à China. Durante as discussões técnicas, Reinaldo Ma, que integra a equipe do Veirano e fala mandarim, dará apoio à delegação brasileira. O advogado foi o responsável pela tradução das cartas enviadas em julho pelo ministro do Comércio chinês, Bo Xilai, a Furlan.

PONTO DE BALA
A filial brasileira da americana Centigon O'Gara, especializada na blindagem de veículos, irá exportar vidros blindados para o Departamento de Estado dos EUA. Os equipamentos vão fazer parte da produção de veículos militares usados em conflitos no Oriente Médio. Alexandre Ret, diretor da empresa no Brasil, diz que a experiência brasileira nesse segmento pesou na decisão da matriz. Segundo ele, o mercado brasileiro de blindagem é um dos mais aquecidos no mundo. São cerca de 400 carros blindados todo mês. O produto que será exportado é diferente do usado no Brasil. "Aqui, a proteção é mais usada contra assaltos. Por isso, o vidro é feito para segurar disparos de armas de mão. Lá, o perigo é o terrorismo. A blindagem deve resistir a tiros de fuzil."


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