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Mudanças em datas de obras inflam dados do PAC
Alteração em cronograma permite que projetos ganhem maior grau de evolução
Assessoria da ministra Dilma Rousseff, que coordena o programa, credita mudanças
a greve do Ibama
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O aumento da quantidade de
obras do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento)
que estão em ritmo adequado
de implementação anunciado
nesta semana pelo governo foi
influenciado por mudanças no
cronograma inicial.
Diante do atraso em importantes projetos, sobretudo na
área de infra-estrutura, o governo alterou as datas previstas
para algumas etapas. Com isso,
retirou entraves apontados no
primeiro balanço do PAC, divulgado em abril, e inflou as estatísticas das obras que levam o
selo verde - indicação de que o
andamento está em ordem.
Foi o que houve, por exemplo, com a instalação da unidade de produção no Campo de
Piranema (SE). Com capacidade de produção de 20 mil barris
de óleo por dia, a obra, segundo
o primeiro balanço do PAC,
previa investimentos de R$ 310
milhões entre 2007 e 2010.
Com cronograma atrasado, o
governo, na época, classificou o
projeto com o selo amarelo, indicando que merecia atenção e
destacou que o desafio era conseguir a licença de operação até
junho de 2007, quando deveria
estar em funcionamento.
No relatório desta semana, o
projeto não foi desmembrado,
permanecendo com a mesma
estimativa de produção, os investimentos previstos subiram
para R$ 340 milhões, o prazo
para a obtenção da licença foi
alterado para 25 de setembro, e
o início da produção do primeiro poço, para 30 de setembro. A
revisão do cronograma permitiu que o selo amarelo evoluísse
para verde.
Na mesma situação está a implantação da plataforma P-52
no Campo do Roncador, na bacia de Campos (RJ). No balanço
de abril, o projeto, com capacidade de produção de 180 mil
barris de óleo por dia, deveria
obter a licença de operação do
Ibama até maio para operar em
setembro. O prazo para obtenção da licença passou para o final de setembro, a conclusão,
para outubro, e a obra evoluiu
de selo amarelo para verde.
Já a instalação da plataforma
de Mexilhão (SP) recebeu o selo amarelo, no relatório de
abril, porque precisava conseguir licença prévia do Ibama
-sinal verde para fazer o levantamento da viabilidade ambiental e detalhamento técnico
do projeto- até junho para recuperar o atraso no cronograma. A data foi revista para o final deste mês e o projeto trocou
o selo amarelo pelo verde.
A assessoria da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), coordenadora do PAC, explicou que
a alteração nos cronogramas
ocorreu em razão da greve do
Ibama. "No encerramento da
greve, foi fechado um acordo
para a obtenção das licenças
ambientais dentro dos novos
prazos estabelecidos."
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