|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELECOMUNICAÇÕES
É o segundo meganegócio entre britânicos e alemães em três meses; valor foi de US$ 33 bi
Mannesmann compra telefônica Orange
FÁBIO ZANINI
de Londres
O grupo alemão de telecomunicações Mannesmann anunciou
ontem a compra da Orange, terceira maior operadora de telefonia celular do Reino Unido, por
19,8 bilhões de libras (o equivalente a US$ 33 bilhões).
É o segundo meganegócio envolvendo a compra de companhias britânicas de celulares em
menos de três meses.
No início de agosto, a One2One,
quarta no ranking britânico de telefonia móvel, foi adquirida pela
alemã Deutsche Telekom pelo
equivalente a US$ 13,6 bilhões.
A Orange controla cerca de 17%
da telefonia celular no Reino Unido, tendo 3,6 milhões de clientes,
atrás da Vodafone e da BT Cellnet, líder e vice-líder no mercado
britânico, respectivamente.
Mas o novo conglomerado que
surge a partir desse negócio será o
maior em operação de telefonia
móvel da Europa.
Além da fatia da Orange em solo britânico, a Mannesmann tem
ainda negócios na própria Alemanha, Bélgica, Suíça, França e Itália,
onde possui participação acionária de 55% na empresa Omnitel.
No total, serão mais de 16 milhões
de clientes.
A Orange, criada há apenas cinco anos, é vista por analistas de telecomunicações como uma empresa com estratégia de marketing ousada e com potencial para
disputar a liderança do crescente
mercado de telefonia celular britânico nos próximos anos.
A empresa está investindo fortemente na conexão de telefones
celulares à Internet, tecnologia
que deve dominar o setor nos
próximos anos.
No primeiro semestre de 99, a
Orange teve faturamento de 813
milhões de libras (US$ 1,35 bilhão), mas teve prejuízo de 17 milhões de libras (US$ 28 milhões).
O preço de compra foi considerado alto pelo mercado, o que fez
com que as ações da Mannesmann caíssem 7% logo após o
anúncio da aquisição.
O valor do desembolso foi o
equivalente a 5.500 libras por
cliente da Orange. Na compra da
One2One, cada cliente "custou"
3.300 libras.
"Sim, pagamos caro, mas este
negócio é uma das últimas possibilidades que tínhamos para entrar no dinâmico mercado de telefonia celular britânico", disse
Klaus Esser, diretor-executivo da
Mannesmann.
Os US$ 33 bilhões serão quitados parte em dinheiro (40% do
valor) e o restante em ações da
própria Mannesmann repassadas
ao grupo Hutchison Whampoa,
baseado em Hong Kong, que detém 45% do capital da Orange.
A transferência transformará o
Hutchison no maior acionista individual da empresa alemã, com
cerca de 10% de suas ações.
"A oferta da Mannesmann abre
para nós várias oportunidades de
desenvolvimento de novas tecnologias em telefonia celular", afirmou Hans Snook, diretor-executivo da Orange, que terá um cargo
na diretoria do conglomerado.
Texto Anterior: Seguros: Projeto que muda Susep sai em 90 dias Próximo Texto: Mercado Financeiro: Sob aparente calma, dólar valoriza 0,10% Índice
|