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Para governo, nota da Fitch é "equivocada"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo chamou de "equivocada" e "extemporânea" a
decisão da Fitch de rebaixar a
nota atribuída ao Brasil. Para a
equipe econômica, a agência de
classificação de risco deveria
ter esperado o resultado das
eleições antes de tomar essa decisão.
O Ministério da Fazenda e o
Banco Central criticaram a decisão da agência em nota divulgada ontem: "Qualquer avaliação séria deveria aguardar algumas semanas para então reconsiderar o risco associado à
dívida soberana brasileira. [...]
Por que não aguardar para avaliar a situação após as eleições?"
Raramente há comentários em
relação a decisões de agências
de classificação. Em geral,
quando ocorrem mudanças na
nota atribuída ao Brasil, a equipe econômica se abstém de comentários, sob o argumento de
que não cabe ao governo comentar o trabalho de agências,
que atuam de maneira independente para avaliar o risco
associado a cada país.
A última manifestação a esse
respeito foi feita em outubro do
ano passado, quando o BC afirmou que a Standard & Poor's
havia usado números e critérios errados ao avaliar a situação das contas externas do Brasil. Havia a preocupação de evitar que, na visão dos investidores, a situação do Brasil fosse
confundida com a da Argentina.
Agora, a menos de uma semana do segundo turno e com
as pesquisas indicando a vitória do candidato da oposição,
Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
o governo se esforça para mostrar que as dificuldades da economia brasileira não são tão
graves como a Fitch avalia.
No comunicado divulgado
ontem, o governo se concentra
em três assuntos: transição política, contas externas e dívida
pública.
Sobre a transição, o documento afirma que a agência deveria ter esperado pelo resultado das eleições para tomar uma
decisão sobre a nota atribuída
ao Brasil. A nota lembra que a
própria agência ainda se sente
incapaz de julgar os desdobramentos da eleição.
A equipe econômica também
contesta o fato de a Fitch ter dado "pouco peso" ao ajuste nas
contas externas ocorrido neste
ano.O déficit em transações
correntes deve fechar o ano
abaixo de US$ 13 bilhões, contra US$ 23 bilhões em 2001. A
melhora se deve ao crescimento do superávit da balança comercial.
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