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TRABALHO
Em agosto, queda no país é de 1,1%; renda volta a ter recuo, diz IBGE
SP puxa queda no emprego industrial
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O emprego na indústria caiu
1,1% em agosto na comparação
com o mesmo período do ano
passado. Em relação a julho, houve um recuo menor: 0,3%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
Estado que concentra cerca de
38% dos empregos na indústria,
São Paulo é o principal responsável pela retração do número de
ocupados no setor. Em agosto, o
emprego na indústria paulista diminuiu acima da média nacional:
3,6% ante agosto de 2001 e 0,7%
em relação a julho de 2002.
A razão para a queda mais intensa em São Paulo é que ramos
tradicionais e de peso da indústria
do Estado são justamente os com
pior desempenho. É o caso do setor eletroeletrônico e de comunicações, cujo nível de emprego
caiu 20% em São Paulo.
Na média nacional, os setores típicos da indústria paulista também são os que mostram as quedas de maior impacto: eletroeletrônicos e comunicações (13,2%),
produtos de metal (4,6%) e material de transporte (3,8%) -este
último abrange a indústria automobilística.
Desde dezembro de 2001, o emprego na indústria está em declínio na comparação com igual mês
do ano anterior. Nem nos primeiros meses de 2002, quando a produção do setor esboçou uma recuperação, o nível de emprego
conseguiu acompanhar o ritmo.
Neste ano, a redução acumulada é
de 1,3% na média nacional.
Incerteza
Segundo o IBGE, o clima de incerteza -com a crise cambial, o
consumidor retraído e a expectativa em relação às eleições- explica a retração prolongada do
emprego na indústria.
"O industrial só vai produzir
mais quando tiver demanda
aquecida. Essa estagnação da produção influencia o mercado de
trabalho", disse Denise Cordovil,
técnica do IBGE.
Em agosto, a produção industrial ficou praticamente estável,
com alta de apenas 0,3% em relação a julho, na taxa livre de influências sazonais.
Para a economista Marcela Prada, da Tendência Consultoria,
com a indefinição causada pelo
processo eleitoral, os empresários
estão adiando planos de investimento e, consequentemente, novas contratações.
O emprego na indústria só não
está mais enfraquecido porque alguns setores, cuja produção têm
se mostrado dinâmica, estão
criando novas vagas. São exemplos o ramo de alimentos e bebidas e refino de petróleo e produção de álcool, com altas de 5,3% e
38,4%, respectivamente, ante
agosto de 2001.
Folha de pagamento
Em queda desde janeiro deste
ano, a folha de pagamento real
(descontada a inflação) da indústria recuou 2% em relação a agosto de 2001. No acumulado do ano,
a redução é de 2,4%.
Assim como no caso do emprego, a folha de pagamento foi influenciada pelo resultado de São
Paulo, onde houve uma retração
de 5,4%.
Pelo conceito do IBGE, folha de
pagamento inclui salários, horas
extras, benefícios e encargos pagos pelo setor.
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