São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 2002

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Mercado agora prevê que inflação estoure o teto da meta para 2003

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O mercado já não acredita no cumprimento da meta de inflação do ano que vem. Segundo levantamento feito pelo Banco Central entre bancos e empresas de consultoria, a expectativa é que a alta dos preços fique em 6,62% em 2003, acima dos 6,5% de teto fixados pelo governo.
Até a semana passada, esperava-se uma inflação de 5,85% pelo IPCA. Caso se confirme a nova projeção, será a terceira vez em cinco anos que a meta de inflação fixada pelo governo não será cumprida. Existe a possibilidade, porém, de o próximo presidente alterar as metas já acertadas.
O atual governo já fez mudanças na meta de 2003. Até junho deste ano, a meta era de 3,25%, com uma margem de tolerância de dois pontos percentuais -ou seja, a alta dos preços podia chegar a 5,25%.
Diante do aumento dos preços ocorrido neste ano, o governo decidiu mudar essa meta, que foi elevada para 4%. Além disso, a margem de tolerância passou para 2,5 pontos percentuais. Com as alterações, a inflação de 2003 pode chegar a 6,5% sem que a meta seja descumprida.
Semanalmente, o BC realiza pesquisas sobre as expetativas do mercado em relação aos principais indicadores da economia brasileira. O levantamento divulgado ontem foi o primeiro depois da elevação da taxa básica de juros do último dia 14, de 18% para 21% ao ano. Segundo o BC, a decisão foi tomada justamente para tentar conter a alta dos preços.
Para este ano, a expectativa do mercado é que a inflação fique em 7,61%, acima, portanto, dos 5,5% determinados pela meta do governo. No acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), a meta acertada para este ano vai até 9%.
Grande parte recente alta da inflação é atribuída à disparada do dólar, que ajudou a pressionar as tarifas públicas e elevou os preços de produtos importados.


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