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INFRA-ESTRUTURA
Empresa diz que ICMS cobrado pelo Estado do Rio sobre peças importadas deve inviabilizar a P-51
Tributação ameaça nova plataforma, afirma Petrobras
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Petrobras, José
Eduardo Dutra, disse que a tributação diferenciada do Estado do
Rio para a indústria naval deve inviabilizar a construção da plataforma P-51, um dos maiores projetos da companhia neste ano.
A plataforma foi licitada em setembro, mas a obra está ameaçada, pois uma lei aprovada em
2002, durante a gestão da ex-governadora Benedita da Silva (PT),
retira a isenção de ICMS para os
componentes importados.
Apesar de o projeto ter um conteúdo nacional mínimo (o que era
defendido por Lula desde a campanha presidencial) de 65% que já
paga imposto, a obra terá um custo adicional de US$ 130 milhões
por causa do ICMS sobre as peças
importadas.
"Com a atual estrutura tributária e os preços que foram apresentados, a P-51 não tem viabilidade
econômica", afirmou Dutra.
A proposta vencedora da licitação para construí-la, do estaleiro
Fells-Setal (Cingapura-Brasil), foi
de US$ 701 milhões. A Petrobras
negocia uma redução do valor.
O secretário de Energia, Indústria Naval e Petróleo do Rio, Wagner Victer, afirmou que o Estado
busca uma solução para diferir o
ICMS dos componentes importados da P-51 e permitir a obra. No
Rio, a alíquota do ICMS para a indústria naval é de 19%.
A P-51 teria capacidade de produção de 180 mil barris por dia, e
seu valor é de US$ 701 milhões. A
unidade é destinada ao campo de
Marlim Sul, na bacia de Campos.
Segundo a empresa, a P-52 não
corre risco de não sair do papel. É
um projeto mais rentável e será a
primeira unidade do campo de
Roncador. Ela substituirá o equipamento provisório de produção
que está no local desde o afundamento da P-36, em março de 2001.
Já a P-51 seria a segunda plataforma do campo de Roncador, o
que deve elevar muito a produção
e aumentará a despesa com o pagamento a Estados e municípios
de participações especiais (espécie de royalty pago por campos de
grande produtividade).
De acordo com Dutra, a provável inviabilidade da P-51 fez a Petrobras estudar a antecipação de
outros projetos. O objetivo é cumprir a meta de produção de óleo e
gás de 2,2 milhões de barris por
dia em 2007, ante 1,6 milhão hoje.
O presidente da Petrobras disse
ainda que os preços da gasolina,
do diesel e do gás de cozinha não
subirão a curto prazo, apesar do
aumento do preço do petróleo no
mercado internacional.
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