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CONTRATOS
Reajuste para novas contratações entre geradoras e distribuidoras será feito pelo IPCA, e não mais pelo IGP-M
Governo muda índice para reajustar energia
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Fazenda decidiu que o índice de reajuste do
preço da energia vendida nos novos contratos entre geradoras e
distribuidoras será o IPCA. Hoje,
o índice usado é o IGP-M. Os novos contratos serão assinados depois dos leilões de energia, previstos para o final do ano.
Não há modificação direta nos
critérios usados para reajustar as
tarifas dos consumidores, que
compram a energia das distribuidoras. Há, no entanto, um impacto indireto, uma vez que o custo
da energia é um dos itens que
compõem a tarifa dos consumidores.
O IGP-M continua corrigindo
parte dos custos das distribuidoras e, portanto, continua a ter impacto na tarifa do consumidor. As
variações no custo que as distribuidoras têm comprado energia
das geradoras, no entanto, são repassadas integralmente aos consumidores.
Dessa forma, se a mudança na
forma de correção de venda da
energia entre geradoras e distribuidoras significar reajustes menores (IPCA menor do que IGP-M), o consumidor será beneficiado. Se, ao contrário, o IPCA ficar
maior do que o IGP-M, o consumidor sairá perdendo.
Nos últimos 12 meses até setembro, o IGP-M, calculado pela FGV
(Fundação Getúlio Vargas), acumula alta de 11,90%. O IPCA, no
mesmo período, acumula alta de
6,7%. O IPCA, calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é usado oficialmente pelo governo para determinar o cumprimento das metas de inflação.
A determinação de mudança de
índice para os novos contratos já
vinha sendo discutida pelos ministérios de Minas e Energia e da
Fazenda há meses. Ontem, o secretário-executivo do Ministério
de Minas e Energia, Maurício Tolmasquim, disse que a Fazenda tomou a decisão final pelo IPCA.
"A Fazenda encaminhou para a
gente [a decisão de usar o IPCA].
Até segunda-feira vamos encaminhar para a Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] um ofício indicando para ela colocar no
edital o IPCA. A Fazenda é que fez
a escolha", disse ele.
De acordo com Luiz Carlos Guimarães, presidente da Abradee
(Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia), a alteração
é ruim para o mercado. "Para nós,
distribuidoras, é indiferente, porque repassamos para o consumidor. Mas para o mercado como
um todo é ruim, porque transmite intranqüilidade. Tradicionalmente, o setor trabalha com o
IGP-M, que está mais ligado aos
custos de capital."
Grandes consumidores
O governo modificou parte do
novo modelo do setor elétrico. A
pedido das distribuidoras de
energia, a nova regra que permitiria que mais consumidores fossem classificados como "livres"
(que podem escolher de quem
compram energia) não entrará
em vigor.
Quando um consumidor é classificado como "livre", deixa de
pagar o reajuste extraordinário
concedido em dezembro de 2001
para repor as perdas do racionamento. "Isso poderia trazer prejuízos para as distribuidoras", disse Tolmasquim.
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